O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (7) que só “extremistas” foram contra o texto da reforma tributária e exaltou o presidente da Câmara, Arthur Lira. Ele disse que o político foi uma “grande liderança” para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em dois turnos.
"A condução do presidente Arthur Lira foi muito republicana. Ouviu todo mundo, só colocou para votar quando tinha segurança de que tinha conseguido quase um consenso, só os extremistas aí quiseram demarcar (posição), mas não foi suficiente para impedir o placar absolutamente expressivo da vontade nacional”, afirmou Fernando Haddad.
“Quase 400 votos, em um tema tão delicado quanto esse, imagina o esforço espiritual de cada um de nós para atingir esse objetivo", acrescentou o ministro da Fazenda em entrevista coletiva em Brasília.
A Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno na madrugada desta sexta-feira (7) o texto base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária em votação histórica. A votação aconteceu pouco depois das 1h30 da manhã, mas, apesar do horário, o quórum de deputados foi alto: em primeiro turno a proposta recebeu 382 votos a favor e 118 contra, já no segundo turno foram 375 votos a 113 a favor da reforma tributária.
Haddad reforçou que estava otimista com a aprovação expressiva dos deputados “porque foi feita muita negociação” e que recebeu telefonemas de senadores com elogios ao texto da reforma tributária.
“(Os senadores) também estão otimistas em relação à tramitação no Senado, que deve acontecer agora no segundo semestre, depois do recesso”, declarou Fernando Haddad. “Vamos avaliar (sobre mudanças no texto no Senado), mas até onde eu vou, até pelos telefonemas e mensagens que eu recebi, eles estão se sentindo muito contemplados pelo trabalho que o Aguinaldo fez (...). Eu acredito que não vamos ter grande dificuldade no Senado não”, acrescentou.
Conversa com Lira
O ministro da Fazenda informou que ligou para o presidente da Câmara e afirmou que Arthur Lira foi uma grande liderança e um papel fundamental para a aprovação da reforma tributária em dois turnos da Casa.
“Liguei para ele, evidentemente. Ele foi uma grande liderança, ele teve um papel fundamental, está todo mundo de parabéns. Eu penso que a secretaria extraordinária, que foi criada aqui dia 1° de janeiro, com toda uma equipe técnica, dezenas de pessoas trabalhando, rodando o país inteiro para explicar, convencer, levar informação, eu penso que foi muito, o trabalho do Appy, da equipe, estão de parabéns”, pontuou.
Declaração de Haddad após a aprovação
Logo após o resultado da votação em primeiro turno, Fernando Haddad afirmou que a reforma tributária não é uma proposta de governo, mas sim uma necessidade da economia brasileira para que a produtividade avance.
“A Reforma Tributária não é uma proposta de governo; o país a pede. É uma necessidade para nossa economia, para nossa produtividade avançar. Essa maneira ultrapassada com que os tributos estão organizados atrapalha muito a indústria, o comércio, os serviços. Precisamos despolarizar essa discussão, despartidarizá-la. É um projeto de país que vai beneficiar a todos. Um vitória para nós e para as próximas gerações”, disse Haddad.