Impulsionado pelo enfraquecimento do real e pela alta de 71% do preço do querosene da aviação, o valor das passagens aéreas disparou no Brasil.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC,) o preço dos bilhetes no terceiro trimestre deste ano subiu 45% em comparação com o mesmo período de 2020. A tarifa aérea média dos voos domésticos entre julho e setembro ficou em R$ 529,93.
Quem tem procurado um bilhete de avião para as próximas semanas tem encontrado valores ainda mais altos.
O problema é que o custo das companhias aéreas foi bastante impactado pela desvalorização do real diante do dólar e, principalmente, pela alta de 71% do preço do querosene da aviação nos 10 primeiros meses de 2021.
Mas um outro fator tem deixado os valores dos bilhetes aéreos nas alturas: a famosa lei da oferta e da procura, com um número menor de assentos disponíveis e muita gente querendo viajar.
Tanto a Gol quanto a LATAM imaginam que a malha aérea doméstica deve ficar muito próxima às operações pré-pandemia até os meses de março ou abril de 2022. Com maior oferta, a tendência é que os consumidores encontrem preços mais baixos no futuro.
Marcelo Bento Ribeiro, diretor de relações institucionais da Azul, diz que a companhia deve chegar a 2022 com 40% mais assentos do que 2019.
Mesmo assim, a disparada do dólar e os aumentos galopantes do querosene da aviação são dois dos fatores que ainda preocupam.
Por isso, Adalberto Bogsan, diretor executivo da Itapemirim Transportes Aéreos, não está tão otimista.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas lembra de mais um fator importante.
O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, afirma que o volume de voos remarcados tem diminuído ainda mais os espaços das aeronaves.
Se no mercado doméstico as companhias áreas já imaginam operar com frotas e frequências em níveis pré-pandemia até o quarto mês de 2022, o cenário internacional ainda é complicado.
As empresas falam em recuperação total apenas para 2024.