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Preços caem nos EUA em fevereiro, mas tarifaço pode reverter tendência

Por Estadão Conteúdo

A inflação dos EUA desacelerou no mês passado pela primeira vez desde setembro e uma medida do núcleo de inflação (que exclui os itens mais voláteis) caiu para o nível mais baixo em quatro anos, apesar de as tarifas adicionais sobre aço e alumínio - que entraram em vigor ontem - sejam uma ameaça para os preços.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) foi a 2,8% em fevereiro, em base anualizada, de acordo com o relatório do Departamento do Trabalho americano divulgado nesta quarta-feira, 12. É uma queda em relação aos 3% registrados no mês anterior. Os preços básicos, que excluem as categorias voláteis de alimentos e energia, aumentaram 3,1% em relação ao ano anterior, abaixo dos 3,3% registrados em janeiro. O valor é o mais baixo desde abril de 2021.

As quedas foram maiores do que os economistas esperavam, de acordo com uma pesquisa do provedor de dados FactSet. No entanto, os preços permanecem mais altos do que a meta de 2% do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A inflação instável pode criar problemas para o presidente Donald Trump, que prometeu durante a campanha do ano passado "acabar com a inflação".

Na base mensal, a inflação também ficou muito abaixo do esperado. Os preços ao consumidor aumentaram 0,2% em fevereiro em relação ao mês anterior, abaixo do 0,5% registrado em janeiro. E os preços básicos subiram apenas 0,2%, abaixo do aumento de 0,4% em janeiro.

Os preços dos alimentos permaneceram inalterados no mês passado em relação a janeiro, o que trouxe algum alívio para os consumidores que enfrentam um aumento de 25% nos preços dos alimentos em relação a quatro anos atrás. O custo dos ovos, entretanto, aumentou 10,4% em fevereiro em relação ao mês anterior e o produto está quase 60% mais caro do que há um ano.

A gripe aviária forçou os agricultores a abater mais de 160 milhões de aves. O preço médio dos ovos atingiu US$ 4,95 (R$ 28,80) a dúzia em fevereiro, um recorde. O preço estava consistentemente abaixo de US$ 2 (R$ 11,60) por dúzia há décadas, antes da doença.

E com Trump impondo - ou ameaçando impor - uma ampla gama de tarifas sobre as importações de Canadá, México, China, Europa e outros países, a maioria dos economistas prevê que o crescimento dos preços provavelmente permanecerá elevado este ano.

As tarifas agitaram os mercados financeiros e podem desacelerar drasticamente a economia, com alguns analistas elevando as apostas no risco de uma recessão. Muitos economistas esperam que a inflação caia este ano sem os impostos de importação, mas, com as tarifas, eles preveem que a inflação permanecerá elevada até o fim deste ano.

Trump prometeu impor tarifas recíprocas a todos os países que cobrarem impostos sobre as exportações dos EUA em 2 de abril. Os economistas do Yale Budget Lab calculam que essas tarifas, por si só, poderiam elevar a taxa tarifária média dos EUA ao seu nível mais alto desde 1937 e custar às famílias médias até US$ 3,4 mil (R$ 19,8 mil).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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