
O Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira (7): o índice fechou em 3,4%, puxado pela indústria e pelo setor de serviços.
No ano, os setores que mais cresceram foram Indústria (3,3%) e os Serviços (3,7%), enquanto a Agropecuária recuou (-3,2%). Frente ao 3º trimestre de 2024, na série com ajuste sazonal, o PIB variou 0,2%. Houve variações positivas na Indústria (0,3%) e nos Serviços (0,1%), enquanto a Agropecuária recuou 2,3%.
Em relação ao 4º trimestre de 2023, o PIB avançou 3,6%, 16º resultado positivo consecutivo nesta comparação. A Agropecuária recuou 1,5%, enquanto a Indústria e os Serviços cresceram 2,5% e 3,4%, respectivamente.
Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 11,7 trilhões em 2024. Já o PIB per capita chegou a R$ 55.247,45, com avanço real de 3,0% frente ao ano anterior. A taxa de investimento em 2024 foi de 17,0% do PIB, contra 16,4% em 2023. A taxa de poupança, por sua vez, ficou em 14,5% em 2024, ante 15,0% em 2023.
Analistas já trabalhavam com essa expectativa. Para o economista Paulo Gala, o crescimento foi o mais baixo na agricultura devido aos eventos climáticos de 2024, como as enchentes no Rio Grande do Sul, que causaram um impacto econômico de bilhões de reais.
"Tivemos muita catástrofe climática, as enchentes no Rio Grande do Sul. Vários fatores que afetaram muito o agro no último ano", disse.
O economista avalia que o crescimento positivo de 2024 também se deve ao fato de o governo ter praticado transferências de renda, como Bolsa Família, BPC, seguro-desemprego, com a Selic ainda na casa dos 11%.
Na Indústria, o destaque positivo foi a Construção com alta de 4,3%, corroborada pelo crescimento da ocupação na atividade, da produção de insumos típicos e da expansão do crédito. Houve elevação das Indústrias de Transformação (3,8%), que foram puxadas, principalmente, pela alta na fabricação: da indústria automotiva e de equipamentos de transporte; máquinas e equipamentos elétricos; produtos alimentícios e móveis. Cresceram também a Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,6%), influenciada pelo aumento das temperaturas médias do ano e as Indústrias Extrativas (0,5%).
Houve crescimento em todas as atividades que compõem os Serviços: Informação e comunicação (6,2%), Outras atividades de serviços (5,3%), Comércio (3,8%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (3,7%), Atividades imobiliárias (3,3%), Transporte, armazenagem e correio (1,9%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,8%).
Atualmente, a taxa Selic está em 13,25%, quarto aumento consecutivo, com o Banco Central projetando uma nova alta ainda neste mês, o que pode levar a Selic para 14,25%.
Em 2023, o PIB cresceu 2,9% em relação a 2022 e fechou o ano em R$ 10,9 trilhões. Houve crescimentos na Agropecuária (15,1%), na Indústria (1,6%) e em Serviços (2,4%).
IBC-Br, a prévia do PIB
Economistas consideram o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) um dos principais sinalizadores do PIB. Divulgado em 17 de fevereiro, o IBC-Br fechou 2024 em 3,8%.
O que é o PIB?
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os países calculam o índice nas suas respectivas moedas.
O PIB mostra quem consome, quem produz e qual a receita gerada a partir da produção.
Para que serve o PIB?
O PIB serve para medir a atividade econômica de um país, estado ou região em um determinado período.
Ele representa o valor total de todos os bens e serviços produzidos dentro do território, funcionando como um indicador do crescimento econômico e do nível de desenvolvimento.
Como funciona o cálculo do PIB?
O PIB do Brasil em 2023, por exemplo, foi de R$ 10,9 trilhões. No 3º trimestre de 2024, o valor foi de R$ 2 989,9 bilhões.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) explica o cálculo do PIB de maneira simples: se um país produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão, por exemplo, seu PIB será de R$ 300, pois os valores da farinha e do trigo já estão embutidos no valor do pão.
Portanto, o PIB mede apenas os bens e serviços finais para evitar erros de contagem.
Na prática, diversos dados são usados para o cálculo do PIB, parte deles produzidos pelo IBGE. Outros dados considerados para o cálculo são de fontes externas, como o Balanço de Pagamentos, do Banco Central.
O PIB e a taxa Selic possuem alguma relação?
O Banco Central utiliza a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, para controlar a inflação. Portanto, quando a taxa Selic aumenta, o PIB tende a diminuir, e quando a taxa Selic diminui, o PIB tende a aumentar.
O Comitê de Política Monetária (Copom) fará a próxima reunião nos dias 18 e 19 de março para definir os novos rumos da Selic. Segundo projeções do Boletim Focus, do Banco Central, a Selic deve encerrar o ano de 2025 em 15%.
A taxa Selic é a principal baliza para os outros juros do mercado.