Dos 11 blocos leiloados, apenas quatro foram arrematados no leilão do pré-sal organizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta sexta-feira (16). O arremate rendeu arrecadação de R$ 916,3 milhões em bônus de assinatura, com investimentos previstos em R$ 1,44 bilhão.
Dos blocos vendidos, três terão participação da Petrobras, um deles com exclusividade. Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, apesar do número pequeno de arremates, o leilão foi uma boa notícia. “O resultado poderia ser melhor, mas estamos em um momento de troca de governo, declarações que geram instabilidade jurídica e regulatória e o investimento é à longo prazo, mas foi um bom resultado”, analisa.
Adriano pontua que apesar do leilão ser feito durante o governo de transição entre Bolsonaro e Lula, o momento foi ideal para a execução do leilão. “Foi certo, porque foi uma demanda das empresas, a ANP tinha uma data limite para executar o leilão e foi a primeira vez que se fez um leilão de oferta permanente na área do pré-sal. Terminar o governo com isso é interessante para mostrar a importância desses leilões para o próximo governo”, explica.
O consórcio formado pela TotalEnergies, Petronas e QatarEnergy arrematou o primeiro bloco, na Bacia de Campos. Já a Petrobras arrematou sozinha o segundo bloco, também na Bacia de Campos. O terceiro bloco foi na Bacia de Santos, pela proposta da britânica BP Energy. Por fim, a Petrobras arrematou em conjunto com a Shell outro bloco na Bacia de Santos.
Apesar da venda, Adriano se preocupa com o novo governo. “Não podemos criar políticas no novo governo que afastem investidores privados de explorar e produzir petróleo no Brasil. Se fizer isso, se compromete o uso dessa riqueza no futuro”, analisa.