Petrobras reajusta preços de combustíveis

Litro da gasolina passará para R$ 4,06 nas distribuidoras. Para o diesel, preço médio sobe para R$ 5,61 por litro.

Narley Resende

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) um novo reajuste nos preços dos combustíveis. O diesel não era reajustado desde 10 de maio e a gasolina, 11 de março. 

O preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um reajuste de 5,18% (R$ 0,20/L). 

Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro, uma alta de 14,25% (R$ 0,70/L).

Os reajustes passam a valer neste sábado (18) nas distribuidoras.

A alta foi tema de discussão em reunião extraordinária do Conselho de Administração da Petrobras na véspera.

Em nota, a estatal destaca que a gasolina está sem reajuste há 99 dias. “Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,81, em média, para R$ 2,96 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,15 por litro”, diz a empresa.

Para o diesel, a Petrobras aponta que o último reajuste ocorreu há 39 dias. “Considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,42, em média, para R$ 5,05 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,63 por litro", explica a nota.

Repercussão

Pouco antes do aumento no preço dos combustíveis, o assunto já trouxe repercussões do Palácio do Planalto e da Camara dos deputados. 

O chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, foi as redes sociais criticar a política de reajustes de preços da Petrobras. 

“Basta! Chegou a hora. A Petrobras não é de seus diretores. É do Brasil. E não pode, por isso, continuar com tanta insensibilidade, ignorar sua função social e abandonar os brasileiros na maior crise do último século”, escreveu no Twitter.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), aliado do governo Jair Bolsonaro (PL) também fez críticas à política liberal da empresa estatal. 

“A República Federativa da Petrobras, um país independente e em declarado estado de guerra em relação ao Brasil e ao povo brasileiro, parece ter anunciado o bombardeio de um novo aumento nos combustíveis”, criticou.

"Enquanto tentamos aliviar o drama dos mais vulneráveis nessa crise mundial sem precedentes, a estatal brasileira que possui função social age como amiga dos lucros bilionários e inimiga do Brasil", continuou Lira.

Em live na quinta (17), o presidente, Jair Bolsonaro, comentou que espera que a estatal não prejudique a população aumentando novamente o valor dos combustíveis.  

“A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos”, afirmou o presidente, destacando no Twitter que o governo federal, enquanto acionista majoritário da empresa, é contra qualquer aumento nos preços dos combustíveis.