A Petrobras divulgou nota em que confirma o fim da subordinação obrigatória ao preço de paridade de importação. Com isso, a estatal anuncia novas estratégias comerciais para definir os preços da gasolina e do diesel, além da cotação internacional, atualmente vigente e que depende da flutuação do dólar.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a nova estratégia comercial será mais eficiente e competitiva, além de atuar com mais flexibilidade para disputar mercados com os concorrentes.
“Com essa estratégia comercial, a Petrobras vai ser mais eficiente e competitiva, atuando com mais flexibilidade para disputar mercados com seus concorrentes. Vamos continuar seguindo as referências de mercado, sem abdicar das vantagens competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura de escoamento e transporte em todo o país”, pontuou Prates.
Duas frentes na política de preços
De acordo com a Petrobras, a nova estratégia de preços terá duas frentes:
- o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, o que contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos; e
- o valor marginal para a Petrobras, baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia, dentre elas a produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.
“Nosso modelo vai considerar a participação da Petrobras e o preço competitivo em cada mercado e região, a otimização dos nossos ativos de refino e a rentabilidade de maneira sustentável”, declarou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser.
Sustentabilidade financeira e previsibilidade
A companhia explica que precificação competitiva também mantém um patamar que garante a realização de investimentos previstos no planejamento estratégico, de maneira a se compromissar com a geração de valor e sustentabilidade financeira de longo prazo.
A Petrobras considera que a atuação anunciada está equilíbrio com o mercado e que isso entrega aos clientes maior previsibilidade por meio da contenção de picos súbitos de volatilidade.
Lula é crítico do PPI
O anúncio de hoje segue em direção à promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o fim da precificação internacional do combustível no Brasil. O petista é crítico da política que baseia as transações com o petróleo baseadas unicamente no dólar.
Em novembro do ano passado, em entrevista à Rádio Gaúcha, Lula enfatizou que o governo não manteria a Política de Paridade Internacional (PPI). O trecho da declaração foi reproduzido no Twitter dele.
“Digo, em alto e bom som, nós não vamos manter essa política de preços de aumento do gás e da gasolina que a Petrobras adotou por ter nivelado os preços pelo mercado internacional. Quem tem que lucrar com a Petrobras é o povo brasileiro”, disse Lula.
Preço internacional começou em 2016
Em 2016, o governo de Michel Temer (MDB) colocou a Petrobras no mercado internacional. Isso significa que as nossas transações com o petróleo passaram a seguir as variações do dólar. Na época, apoiadores destacaram que a medida daria mais competitividade à estatal.
Apesar de lucros históricos nos anos seguintes, a política internacional tende a não ser vantajosa para o consumidor quando o dólar está alto, pois o reajuste feito no preço dos combustíveis encarece diversos outros setores, o que reflete na inflação.