Para IBGE, ainda há fatores que dão suporte para esse crescimento no comércio

Por Estadão Conteúdo

Na passagem de setembro para outubro, o volume vendido pelo varejo cresceu 0,4%, após já ter subido 0,6% no mês anterior. Como resultado, as vendas alcançaram novo patamar recorde na série histórica iniciada em 2000.

"Ainda há fatores que dão suporte para esse crescimento no comércio. A massa de rendimento continua crescendo em outubro, o número de pessoas ocupadas também cresceu. Então esses fatores ainda pesam na balança para o lado de estímulo ao consumo", justificou Santos. "Por outro lado, alguns outros fatores reduzem esse estímulo. Um deles é o crédito à Pessoa Física. Ele vinha crescendo. Depois, com as taxas de juros em crescimento já no segundo semestre, nesse mês (de outubro) houve decréscimo no volume de crédito à Pessoa Física", completou.

Quanto à inflação, o pesquisador apontou que teve impacto negativo no varejo em outubro, sobretudo, via aumento nos preços da alimentação no domicílio, que reduziu o desempenho do setor de supermercados.

"O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, apurado pelo IBGE) foi de 0,56%, e teve como principal componente em outubro a alimentação no domicílio. A gente sabe que pesa bastante nos hipermercados e supermercados, então segura esse crescimento de supermercados", apontou Santos.

No caso dos supermercados, o resultado das vendas também foi afetado por uma mudança na operação de uma grande rede, com vendas e passagem de pontos de unidades locais.

"Isso tem causado certo dinamismo nessa atividade em termos de abertura e fechamento de lojas. Isso tem acontecido mais no Sul e no Sudeste. O crescimento um pouco mais sustentado dessa atividade de supermercados tem acontecido mais no Norte e Nordeste", explicou Santos.

Seis das oito atividades que integram o comércio varejista registraram altas nas vendas em outubro ante setembro: móveis e eletrodomésticos (7,5%), equipamentos de informática e comunicação (2,7%), vestuário e calçados (1,7%), combustíveis (1,3%), hipermercados e supermercados (0,3%) e livros e papelaria (0,3%). As perdas ocorreram em farmacêuticos e perfumaria (-1,1%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui as lojas de departamento (-1,5%).

No comércio varejista ampliado - que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve alta de 0,9% em outubro ante setembro. O segmento de veículos registrou alta de 8,1%, material de construção subiu 0,7%, e atacado alimentício cresceu 7,5%.

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