Novo salário mínimo será de R$ 1.518 em 2025

Reajuste será R$ 10 abaixo do estimado com a regra atual

Da redação

Novo salário mínimo será de R$ 1.518 em 2025
Freepik

O salário mínimo irá subir R$ 106 em 2025. Segundo apuração da Band Brasília, o decreto do presidente Lula com o novo valor será assinado nos próximos dias e irá passar de R$ 1.412 para R$ 1.518 no ano que vem. 

A correção foi feita já com base no novo critério estabelecido pelo pacote fiscal do governo aprovado pelo Congresso.

Mesmo com o aumento de mais de R$ 100, o valor está abaixo do estimado com a regra atual, que seria de R$ 1.528. 

Valor é suficiente para a população?

Diante deste cenário, o salário mínimo de 2025 deve ficar entre R$ 1.509 e R$ 1.528. Mas, será que esse valor é o suficiente para o brasileiro conseguir pagar suas dívidas e ter poder de compra?

Para Hugo Garbe, professor de Ciências Econômicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie em entrevista à repórter Gabrielle Pedro, estes valores “não significam um aumento significativo no poder de compra, especialmente quando itens essenciais como alimentos e transporte têm alta de preços acima da média”. Isso porque o salário mínimo é baseado no valor da inflação do ano anterior, mas a inflação do ano vigente pode ser superior e corroer o seu valor ao longo do período.

“Por exemplo, se o custo de itens básicos, como alimentos, sobe mais rápido que outros produtos, a inflação ‘sentida’ pelas famílias de baixa renda é maior do que a medida oficial. Isso leva à perda real de poder de compra, mesmo que o salário seja corrigido anualmente. No entanto, para uma família recuperar ou ampliar o poder de compra, seria necessário um aumento acima da inflação, que considerasse, por exemplo, um ganho real associado ao crescimento econômico.”, esclareceu o professor.

Segundo Garbe, o ideal seria que o reajuste fosse superior ao número da inflação, mas é necessário ver se isso seria viável para as contas públicas do Estado. “Um ganho real no salário mínimo aumenta os custos para o governo em benefícios como aposentadorias e assistências sociais, o que pode pressionar o orçamento. Por outro lado, também estimula o consumo, gerando mais arrecadação via impostos.”

Este é o mesmo pensamento do professor de economia da ESPM João Branco. No entanto, ele destacou os impactos negativos que um aumento muito acima da inflação do ano anterior pudesse gerar aos cofres públicos.

“Entre os setores mais impactados com certeza a gente já pensa logo na Previdência Social. Ela tem como parâmetro de reajuste a própria variação do INPC, mas acontece que quem ganha acima do salário mínimo vai receber apenas o valor considerando o INPC. Já quem ganha um salário mínimo vai ser reajustado pelo INPC e pelo índice adicional. Acontece que praticamente 70% dos aposentados hoje ganham um salário mínimo. Isso significa que se você tiver um reajuste real no salário mínimo você vai estar impactando 2/3 dos gastos com o INSS”, explicou.

Além da Previdência, Garbe disse que outro setor impactado seria o da agricultura, pois atualmente empregam grande número de trabalhadores com salário mínimo. 

Embora os gastos com o dinheiro público sejam uma questão, ambos os especialistas endossam que um aumento significativo na renda dos trabalhadores aumentaria o poder de compra dos brasileiros e melhoraria a qualidade de vida de muitas famílias.
 

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