A nomeação de Caio Paes Andrade para a presidência da Petrobras pode ser investigada pela Comissão de Ética Pública e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O pedido é do Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).
O documento cita que existem indícios de descumprimento de requisitos para que ele assumisse o cargo, como a falta de experiência na área de atuação.
Em nota, o TCU informou que o processo ainda não foi aberto.
Mudanças na Petrobras
Paes de Andrade é o quarto presidente da Petrobras indicado pelo governo Bolsonaro. Ele substitui José Mauro Coelho, que formalizou a demissão do comando da estatal no dia 20 de junho. A renúncia era um desejo do governo e de aliados congressistas, sobretudo após reajustes feitos nos preços da gasolina e diesel no dia 17.
Fernando Borges, diretor de Exploração e Produção da Petrobras, presidia interinamente a companhia até o processo de eleição e posse de Paes de Andrade.
Quem é Paes de Andrade
Caio Paes de Andrade é formado em Comunicação Social na Universidade Paulista e tem pós-graduação em Administração Social pela Harvard University, além de ser mestre em Administração de Empresas Duke University.
O novo presidente da Petrobras foi presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) até agosto de 2020, quando assumiu a Secretária Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, onde é responsável pela Plataforma gov.br.
Acionistas minoritários contra indicação
Na contramão dos votos que elegeram Paes de Andrade, a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) entrou com uma representação contra o candidato. Segundo a entidade, o indicado de Bolsonaro não possui “notório conhecimento na área” nem tem experiência no setor de petróleo e energia.
“A ilegalidade da capacitação do Sr. Caio de Andrade fere dois requisitos legais previsto na Lei das Estatais. Este fato poderá ensejar a realização de ações por meio de acionistas minoritários, gerar instabilidade e oscilação indesejada no mercado de capitais da Companhia. Seriam estes elementos: experiência profissional e formação acadêmica”, pontuaram os acionistas em representação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).