Livraria Cultura recorre de decisão e pede suspensão de decreto de falência

Empresa argumenta que cumpre recuperação judicial e segue em negociação com Banco do Brasil, principal credor da companhia

Da redação

Livraria Cultura recorre de decisão e pede suspensão de decreto de falência
Livraria Cultura pede anulação de decreto de falência
Divulgação

A Livraria Cultura entrou com recurso nesta quarta-feira (14) e pediu a suspensão do decreto de falência da empresa, determinada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo na última semana. Referência no mercado nacional de livros, a Cultura estava em recuperação judicial desde 2018, mas segundo a Justiça, não teria cumprido com os termos para superar a crise. 

No recurso, a empresa chega a admitir que atrasou pagamentos no plano de recuperação, devido à pandemia, que fechara as lojas por quatro meses e pela crise econômica do país. Mas, atualmente, a livraria alega que está cumprindo com a recuperação judicial, porém segue em dívida com o Banco do Brasil. 

Segundo a empresa, as dívidas em aberto somam R$ 1.679.790,62 para o Banco do Brasil e reitera que o banco “não teria sido pago porque as partes seguiam em tratativas comerciais para formalização de acordo e esclareceram, uma vez mais, que a Livraria Cultura não poderia ser responsabilizada pelo não pagamento de credores por ausência ou inconsistência de dados bancários”. 

Sobre outros credores, a Livraria aponta que há inconsistência de dados e, por isso, não poderia realizar aos pagamentos. No recurso, a empresa pontua que “quanto aos credores, sabe-se que em caso de falência dificilmente terão seus créditos recuperados. Quanto aos 200 funcionários e suas respectivas famílias, perderão sua fonte de renda, que, diga-se de passagem, tem natureza alimentar”.

Segundo a Livraria Cultura, a empresa é “economicamente viável, que conta com a atenção dos consumidores, razão pela qual é incabível a decretação de sua quebra”. O recurso cita o caso da Americanas, que descobriu recentemente um rombo de R$ 40 bilhões nos cofres. “Aliás, é mesmo curioso que o caso de uma livraria, com endividamento concursal que não ultrapassa os R$ 300 milhões seja tão ou mais divulgado pela mídia do que o caso das Lojas Americanas S/A, em que há sérias acusações envolvidas, além de estratosféricos valores envolvidos”, avalia.