As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) passaram a cair, acompanhando os juros dos Treasuries após a decisão do Federal Reserve, e fecharam o pregão em baixa. O foco dos investidores agora se desloca para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deve elevar a Selic de 13,25% para 14,25%, e para eventuais sinalizações sobre a trajetória da taxa básica brasileira.
O banco central americano manteve os juros intactos, como esperado, mas em comunicado ressaltou a incerteza econômica e decidiu enxugar mais devagar a liquidez injetada no sistema financeiro. Além disso, a instituição reduziu a previsão de crescimento dos Estados Unidos, e a maioria dos membros do comitê de política monetária indicou que espera diminuição nos juros no decorrer deste ano, mesmo diante dos sinais de pressão inflacionária crescente.
Para a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, o conjunto de elementos da decisão do Fed faz prevalecer a expectativa de juros mais baixos nos Estados Unidos, ainda que o presidente Jerome Powell tenha reforçado que a instituição não terá pressa para ajustar a taxa dos Fed Funds.
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, ressalta que o fato de os membros do comitê de política monetária do Fed ainda verem chances de cortes nos juros, mesmo sob o cenário que se desenha, justifica a queda das taxas de Treasuries - e, por tabela, dos DIs.
Passada a decisão do Fed, os investidores se preparam para a decisão do Copom, a partir das 18h30. O mercado espera que o colegiado cumpra o prometido e eleve a Selic em 1 ponto porcentual, mas estará atento à avaliação das autoridades sobre os riscos à economia e a sinalizações sobre os próximos níveis da taxa básica.
Argenta afirma que a interpretação do Copom sobre os sinais de desaquecimento da economia serão um ponto relevante a se observar no comunicado. Sung espera que o Copom mantenha em aberto a magnitude das próximas altas da Selic, mas reforce no comunicado que ainda deve apertar a política monetária.
A taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 caiu a 14,720%, de 14,73% no ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 diminuiu a 14,400%, de 14,424%, e a taxa para janeiro de 2029 recuou a 14,110%, de 14,188%.