O ministro da Fazenda Fernando Haddad disse que o programa para reduzir os preços dos veículos vai durar se três a quatro meses. A medida é temporária e vai contribuir para a queda da inflação e dos juros. A ideia é cobrar menos tributo dos carros que emitem menos poluentes.
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (26) medida para reduzir o preço dos carros por meio da redução de impostos, que pode fazer o preço do carro popular cair em até 10,79%. A medida valerá para veículos com valor final de até R$ 120 mil.
O carro mais barato atualmente custa R$ 69.990. Aplicando o maior desconto, de 10,79%, o preço cairia para R$ 61 mil. O governo pretende liberar a compra direto da fábrica. Neste caso, o preço cairia para R$ 59 mil.
A intenção do governo, além de baratear os carros populares, é estimular a indústria de carros no Brasil, de maneira a “alavancar a cadeia produtiva ligada ao setor automotivo brasileiro”.
O carro mais barato dos Estados Unidos é um japonês chamado Nissan Versa, vendido a partir de R$ 78 mil. No Brasil também tem Nissan Versa - que é vendido a R$ 100 mil. Mesmo modelo, mesmo motor, mesmo estofamento, mesma lataria. Se é tudo igual não dá para dizer que a diferença de preço está no carro, porque não está.
A diferença de preço está no país. Nos Estados Unidos vendem quase três vezes mais Nissan Versa do que no Brasil, aí cobram menos. A margem de lucro aqui talvez seja mais alta também. Mas tem um fator indiscutível: a carga tributária.
Um carro brasileiro chega a pagar quatro vezes mais imposto do que o americano. Aí pega a diferença de renda daqui para lá e a gente tem o seguinte cenário: nos Estados Unidos, o salário médio é de R$ 29 mil por mês. Ou seja, o americano compra um Nissan Versa com a renda de três meses. Aqui, o salário médio é de R$ 2,8 mil. O brasileiro que quiser esse carro vai precisar usar a renda de três anos.