Inflação deve cair às custas de remédios amargos

Até dezembro, a inflação deve ceder para a casa dos 7% a 6,5%, pelas projeções e seguir recuando para perto dos 5% no ano que vem

Por Juliana Rosa

Mais uma deflação no Brasil. Segundo o IBGE, o IPCA-15, que é a prévia da inflação oficial do país, teve deflação no mês de agosto. Isso significa que, na média, os preços caíram mais do que subiram no Brasil. Mas na prática não é isso o que está acontecendo. 

O que aconteceu foi que dois itens tiveram quedas muito fortes: combustíveis e energia elétrica. Isso porque o Congresso Nacional aprovou recentemente redução de impostos federais e estaduais, o que provocou agora queda em gasolina, etanol e na conta de luz.

Mas quando se retira esse efeito específico, a maior parte dos preços está em alta no pais. Alimentos, principalmente, com destaque para o leite, queijo caríssimo também, essa parte de laticínios tem sofrido com problemas climáticos e disparada de preços internacionais. 

Mas o resultado do indicador, segundo economistas, traz algumas boas notícias. É possível perceber alguns alívios. A inflação começa a perder força, está menos espalhada e está abaixo de 10%, o que não acontecia há um ano. 

Até dezembro, deve ceder para a casa dos 7% a 6,5%, pelas projeções e seguir recuando para perto dos 5% no ano que vem. Ainda longe das metas do governo e incomoda para o orçamento do brasileiro, mas vai caindo aos poucos, às custas de remédios amargos: menor crescimento mundial, menor crescimento esperado no Brasil também e juros muito altos por aqui, que desestimulam consumo e repasses de preços.