Ibovespa inicia semana em alta de 0,13%, aos 119 mil pontos

Por Estadão Conteúdo

O Ibovespa iniciou a semana sem muito fôlego, mas em terreno positivo, afastando-se no fechamento por muito pouco dos 118 mil pontos das duas últimas sextas-feiras, então nos menores níveis desde novembro de 2023. Nesta segunda, 13, foi dos 118.743,43 aos 119.729,22 pontos, saindo de abertura aos 118.855,73 pontos. Ao fim, mostrava leve ganho de 0,13%, aos 119.006,93 pontos, após ter sido amparado mais cedo pelo avanço do minério e do petróleo na sessão.

No encerramento, tanto Vale (ON -0,02%) como Petrobras (ON +0,07%, PN +0,35%) hesitaram em relação ao desempenho que prevaleceu na maior parte do dia, quando ambas as empresas asseguravam ganho mais firme para o Ibovespa. O dia também foi positivo para os grandes bancos, à exceção de BB, sem variação no fechamento - destaque para Itaú PN (+0,72%), o principal papel do setor financeiro.

Na ponta ganhadora do Ibovespa, IRB (+4,60%), Eneva (+3,46%) e BTG (+2,13%). No lado oposto, Minerva (-5,31%), Pão de Açúcar (-4,71%) e Carrefour (-4,37%). O giro financeiro na B3 ficou em R$ 16,7 bilhões nesta segunda-feira, em que o Ibovespa obteve apenas a quarta alta do ano, em intervalo de oito sessões. Em janeiro, o índice de referência ainda acumula perda de 1,06%.

Em Nova York, a sessão foi marcada por cautela, com os rendimentos dos Treasuries ainda em alta como na sexta-feira, refletindo a perspectiva de que o Federal Reserve tem, no momento, pouco espaço para seguir adiante com os cortes na taxa de juros de referência - processo que se tornou mais incerto não apenas pela resiliência dos dados econômicos, como os do mercado de trabalho, mas também pela ofensiva protecionista prometida pelo presidente eleito Donald Trump, que assume na próxima segunda-feira, 20.

Nesse contexto, grandes economias exportadoras, como a China, e países emergentes, como os latino-americanos, estão em compasso de espera para a largada do segundo governo Trump, do qual se espera decretos de impacto logo na inauguração. No cenário interno, a expectativa pela retomada dos trabalhos do Congresso após o recesso mantém em espera, também, os sinais quanto à orientação sobre questões-chave, como o Orçamento de 2025 e o nível de gastos públicos.

"Se as políticas fiscais começarem a fazer sentido e o capital privado for respeitado, o crescimento pode voltar. Nesse aspecto, consideraria Chile e Brasil como destinos interessantes, enquanto o México, neste momento, é altamente dependente da política dos Estados Unidos - mas se houver maior ligação entre as cadeias de suprimentos, e reshoring, pode se beneficiar no longo prazo", avalia em nota Mario Aguilar, estrategista-sênior de portfólio da Janus Henderson.

"Cenário sem modificações, com poucos destaques na agenda de hoje além do Focus, com mais uma elevação, ainda que leve, nas expectativas de inflação em relação ao boletim anterior", diz Pedro Moreira, sócio da One Investimentos. "A semana trará novos dados sobre a inflação americana, que continua em foco após a forte leitura sobre o mercado de trabalho, acima do esperado, na última sexta-feira."

"Cenário macro, fiscal, ainda preocupa bastante no Brasil, e o externo também se mostra incerto, o que deixa o Ibovespa da forma como está, de lado, sem muita força para recuperação", diz Daniel Teles, especialista da Valor Investimentos. "Momento ainda é de contenção, com pouca atratividade para o investidor estrangeiro."

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