"Foi surpresa por um lado, mas por outro tinha uma precificação nesse sentido. Vou olhar com calma, vou analisar o comunicado, vou falar com algumas pessoas, depois do período de silêncio", respondeu Haddad a jornalistas ao deixar o prédio da Fazenda na noite desta quarta.
A fala sobre o Copom foi breve. O ministro lembrou que usualmente não comenta as decisões da autoridade no dia do comunicado.
Ele também foi questionado se entendia que o efeito do pacote fiscal teria pesado na decisão da autoridade monetária, pela avaliação do mercado de que as medidas seriam insuficientes. Nesse momento, Haddad respondeu que ainda hoje o relatório de um "grande banco" já se aproximou do impacto de economia calculado pelo governo sobre as iniciativas propostas ao Congresso.
O ministro argumentou também que, para enviar o pacote, o governo considerou o que seria adequado e viável politicamente - e que ainda tem um difícil processamento pelo Congresso.
"Hoje saiu um relatório de um grande banco aproximando os cálculos dos nossos. E ainda com vários pontos pendentes, que não foram considerados. E que se tivessem sido considerados já chegariam mais perto de R$ 65 bilhões nos dois anos. E vocês veem como esse tipo de coisa é difícil de processar no Congresso Nacional", disse.
"Mandamos ajuste que nós consideramos adequado e viável politicamente. Você pode mandar o dobro pra lá, mas o que vai sair é o que importa. Então nós procuramos calibrar o ajuste para as necessidades de manutenção da política fiscal", acrescentou o ministro, reforçando que, do ponto de vista fiscal, a equipe persegue as metas estabelecidas há um ano.