O governo federal aumentou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% para 2%. Para o próximo ano, foi mantida a projeção de crescimento de 2,5%. Além disso, diminuiu a previsão da inflação para este ano medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 7,9% para 7,2%.
As informações constam do Boletim Macrofiscal, divulgado hoje (14) pelo Ministério da Economia. Essa projeção já incorpora o impacto de medidas legislativas aprovadas nos preços de combustíveis, energia elétrica e comunicação.
Apesar da redução, a inflação ainda está acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,5%, com intervalo de variação de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
No ano, o IPCA acumula alta de 5,49% e, em 12 meses, o índice registra alta de 11,89%. Já para o próximo ano, o resultado da inflação foi reavaliado de 3,6% para 4,5%. A meta estabelecida pelo CMN é de 3,25%, com o mesmo intervalo de tolerância.
PIB
Segundo o boletim, entre outros fatores, a revisão positiva para o PIB está relacionada ao desempenho da atividade econômica. Pesquisas mensais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram um crescimento me´dio mensal na margem nos meses de abril e maio da indústria geral de 0,2% e na indústria da transformac¸a~o de 0,4%.
“Outra e^nfase que fundamenta a mudanc¸a da projec¸a~o do PIB neste ano se da´ pelas alterac¸o~es no mercado de trabalho, cuja variac¸a~o da populac¸a~o ocupada (PO) no trimestre mo´vel findo em mai/22 e´ de 10,6% em relac¸a~o ao mesmo peri´odo do ano anterior. Essa variac¸a~o interanual significa um incremento da populac¸a~o ocupada de 9,4 milho~es de trabalhadores”, diz o boletim.
O ministério destaca, porém, que o cena´rio internacional continua desafiador, com redução na perspectiva do crescimento global e o patamar ainda elevado dos prec¸os das commodities de energia e alimentos.
As estimativas de crescimento do PIB dos pai´ses desenvolvidos foram revisadas de 3,8% no ini´cio do ano para 2,6% no final de junho de 2022. No caso dos países emergentes, cujas projec¸o~es foram alteradas de 5% no início do ano para 3,7% no final de junho, segundo a Bloomberg.
“Essas revisões, em grande medida, sa~o respostas a` deteriorac¸a~o do cena´rio geopoli´tico – guerra no Leste Europeu – e da piora das condic¸o~es financeiras, explicada pela elevac¸a~o da curva de juros. A taxa de juros mensal para 5 anos nos Estados Unidos atingiu o maior patamar desde 2008. Resultado semelhante ocorre para a Alemanha, Franc¸a e outros pai´ses europeus cujo ni´vel da taxa de juros esta´ no maior patamar desde a crise de 2012”, diz o boletim.