"Estive agora no BIS e o Roberto está sendo super gentil e generoso nesse processo de transição. Dentro desses processos, uma coisa que ele fez foi me levar ao BIS", contou Galípolo.
Lá, de acordo com ele, há uma espécie de "beija-mão" com os membros do board do BIS, que são os banqueiros centrais dos outros países.
Galípolo relatou que recebeu desses executivos uma pergunta sempre muito parecida. "Só para eu entender, então você está com uma taxa de 11%, está no pleno emprego? Eu falei, é", reproduziu, explicando que houve curiosidade sobre esse cenário e o fato de ter uma taxa de juros elevada.
O diretor comentou que há, nesses encontros, algo muito "curioso" sobre ter que explicar sobre o Brasil.
Orgulho
Gabriel Galípolo disse estar orgulhoso de participar da primeira transição de comando da autarquia após a aprovação da sua autonomia. "Fui recebido muito bem dentro do BC por todos os diretores, por toda a equipe técnica, e eu fico muito contente que a gente esteja conseguindo demonstrar essa estabilidade e fortaleza institucional do BC", disse. "Acho que isso é um pilar importante para sustentar a economia brasileira, que a gente consiga preservar isso."
Indicados ao BC
O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central agradeceu nesta segunda-feira aos três novos indicados à diretoria da autarquia por aceitarem os convites. Ele aproveitou a participação no evento da XP Investimentos, em São Paulo, para agradecer também ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, pelo processo.
"Estou muito contente com o time que a gente tem no Banco Central, e vai ser muito bom para todos nós contar com os três", disse Galípolo. "E agradecer também ao presidente Lula, ao ministro Fernando Haddad, ao Roberto, a todo mundo com quem eu pude conversar, dialogar, e a confiança de permitir a gente apresentar os nomes."
Na sexta-feira, 29, o BC divulgou, por meio de nota, que o nome do chefe de Tesouraria do Bradesco, Nilton David, havia sido escolhido para substituir Galípolo na diretoria de Política Monetária. O chefe do departamento de Regulação do Sistema Financeiro, Gilneu Vivan, foi indicado para ocupar a diretoria de Regulação após a saída de Otávio Damaso, enquanto a secretária de Integridade Pública da Controladoria Geral da União (CGU), Izabela Correa, vai ficar com a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, substituindo Carolina Barros.
Segundo o BC, uma mensagem da Presidência da República com os nomes será enviada ao Senado esta semana. Os três indicados terão de ser sabatinados pela Casa.