Em carta pública para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a inflação de 2024 acima do teto da meta estabelecida se deu pelo crescimento econômico, desvalorização do câmbio e condições climáticas.
“A inflação em 2024 ficou acima do intervalo de tolerância em decorrência do ritmo forte de crescimento da atividade econômica, da depreciação cambial e de fatores climáticos, em contexto de expectativas de inflação desancoradas e inércia da inflação do ano anterior”, diz o comunicado.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 4,83%, superando o teto da meta de 4,5% estabelecida pelo governo. Os setores de alimentação, bebidas e transportes foram os que mais pesaram no bolso do consumidor.
Quando a meta de inflação supera o teto anual, o presidente do Banco Central precisa enviar uma carta para a Fazenda explicando o motivo do fracasso.
À frente do BC apenas há dez dias, essa foi primeira grande ação pública de Galípolo. No ano passado, o BC ainda era comandado por Roberto Campos Neto. Ele se torna o primeiro presidente da autoridade monetária a explicar o descumprimento do alvo por um predecessor desde Henrique Meirelles.
É a oitava vez que a autoridade monetária falha em cumprir a meta desde o início do regime, em 1999.