Também considerando as projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis - mais sensíveis às notícias de curto prazo - a taxa básica deve subir a 13,25% em janeiro, a 14,25% em março e a 14,75% em maio. O primeiro corte, de 0,75 ponto, ocorreria entre novembro e dezembro.
A trajetória está em linha com o que foi telegrafado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última quarta-feira, 11. O colegiado aumentou a Selic em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25%, e sinalizou mais dois aumentos da mesma magnitude, em janeiro e março de 2025.
Levando em conta todas as projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis - inclusive as que não foram alteradas desde a decisão do Copom -, a mediana do Focus indica alta da Selic a 13,0% em janeiro, 13,75% em março e 14,25% em maio. O primeiro corte, de 0,25 ponto, ocorreria em dezembro.
Inflação
O choque de juros prometido pelo colegiado parece ter estancado, ao menos em parte, a piora das expectativas de inflação. A mediana para o IPCA acumulado em quatro trimestres até o segundo trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária, se manteve em 4,16%, tomando como base as medianas para a inflação trimestral. O Copom espera um IPCA de 4,0% no período.
Mesmo assim, o mercado continua esperando que o Banco Central descumpra a meta de inflação no ano que vem. As medianas sugerem que o IPCA acumulado em 12 meses deve cair pontualmente abaixo do teto da meta, de 4,50%, em janeiro (a 4,48%, puxado pelo bônus de Itaipu), mas subir a 4,92% já em fevereiro. Ele permaneceria acima do teto sequencialmente até fevereiro de 2026.
O novo regime prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá descumprido o alvo.