O bilionário sul-africano Elon Musk anunciou nesta segunda-feira (25) a compra de 100% do Twitter após semanas de negociações. Estima-se que o valor total da operação seja de US$ 44 bilhões (aproximadamente R$ 214 bilhões).
O anúncio foi feito por Brett Taylor, presidente do conselho administrativo da rede social, e deverá ser finalizado nos próximos dias. Musk fez uma "oferta única e final" de cerca de US$ 54,20 por cada ação - valor cerca de 40% maior do que o valor de mercado na hora da oferta.
"Espero que mesmo meus piores críticos permaneçam no Twitter, porque é isso que liberdade de expressão significa", disse Musk após o anúncio.
Ações
As ações do Twitter (TWTR) disparam. Por volta das 15h40 (horário de Brasília) os papéis operavam em alta de 5,52% na Nasdaq (Nova York), a US$ 51,63. Na Bolsa de Valores brasileira, os BDRs (recibos de ações) da rede social (TWTR34) estão também sendo vendidos com valorização, de 7,63%, a R$ 126,46 cada.
A aquisição se deu por meio de uma oferta hostil — ou seja, não solicitada nem comunicada previamente aos acionistas.
A empresa chegou a adotar um mecanismo, conhecido como 'poison pill' (ou pílula do veneno, numa tradução livre), para dificultar sua compra. Por esse mecanismo, caso houvesse compra de 15% ou mais das ações do Twitter no mercado, sem aprovação prévia do conselho de administração da companhia, a parte que assumisse o controle da empresa pagaria um valor extra aos acionistas atuais.
Musk comprou o Twitter por US$ 54,20 por ação, o que representa um negócio de US$ 44 bilhões. O preço por papel representa um prêmio de 38% ante a cotação de 1 de abril, um dia antes de o fundador da Tesla e da SpaceX anunciar o interesse em comprar a mídia social.
“Liberadade de expressão”
Elon Musk é conhecido como um feroz crítico da moderação de conteúdo. No Twitter, ele exaltou a “liberdade de expressão”.
"A liberdade de expressão é a base do funcionamento da democracia, e o Twitter é a cidade digital onde assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos", disse Musk. "Eu também quero tornar o Twitter melhor do que nunca aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando os bots spam e autenticando todos os humanos. Twitter tem tremendo potencial, e espero ansiosamente trabalhar com a empresa e comunidade de usuários para desbloqueá-lo."
No início de abril, o bilionário, dono da montadora de carros elétricos Tesla e da empresa de turismo especial SpaceX, anunciou a compra de 9% do Twitter, tornando-se o maior acionista da companhia, fundada em 2006 e famosa pela rede social de mensagens curtas e em tempo real.
Apesar da disposição de Musk e sua defesa à liberdade de expressão, o empresário até o momento não divulgou nenhum plano de como deve lidar com o tema após a aquisição da rede social. Ele citou, no entanto, intenção de ter uma moderação de conteúdo mais branda e descentralizada, abertura de código-fonte e remoção de bots de spam.
Governo brasileiro comemora
A compra do Twiiter pelo empresário Elon Musk foi festejada pelo ministro das Comunicações do Brasil, Fabio Faria, que usou seu perfil no Twitter para dar os parabéns ao homem mais rico do mundo.
Misturando inglês e português, o ministro escreveu: ""Congratulations, @elonmusk! Mais uma vez você está a dois passos na frente dos outros players e agora faz um gesto ao mundo e em defesa da liberdade!".
Mais cedo, antes do anúncio oficial do negócio, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), reproduziram uma mensagem postada por Musk: "Espero que até meus piores críticos permaneçam no Twitter, porque é isso que significa liberdade de expressão" ("I hope that even my worst critics remain on Twitter, because that is what free speech means")