O dólar à vista opera em baixa leve na manhã desta quinta-feira, 26, em meio a expectativas pela venda de até US$ 3 bilhões no mercado à vista (9h15). O mercado realiza lucros em meio a uma liquidez reduzida pós feriado de Natal. Na segunda-feira, 23, sem realização de leilão extraordinário do BC, a divisa fechou no segundo maior valor nominal histórico (a R$ 6,1851) diante da cautela fiscal interna e da valorização externa por otimismo sobre os ativos dos EUA.
Às 9h06, o dólar à vista caía 0,15%, a R$ 6,1756. O dólar para janeiro cedia 0,42%, a R$ 6,180.
Lá fora, a moeda americana exibe viés de baixa ante pares principais nesta manhã, e tem sinais mistos frente divisas emergentes e ligadas a commodities, em meio à liquidez menor nos mercados e promessas do governo da China de ampliar medidas de apoio fiscal e econômico em 2025.
O minério de ferro caiu 0,06% na China, mas o petróleo sobe moderadamente, ampliando ganhos de mais de 1% antes do feriado de Natal, enquanto operadores aguardam dados sobre estoques da commodity nos EUA que saem amanhã.
Na terça-feira, 24, o dólar subiu no exterior em meio ao otimismo com os ativos americanos, mas os mercados locais estavam fechados em véspera do Natal. Na última segunda-feira, sem a realização de leilões extraordinários no câmbio, o dólar à vista encerrou em alta de 1,86%, a R$ 6,1851 - segundo maior valor nominal de fechamento da história.
Entre 2 e 19 de dezembro de 2024, o Brasil registrou uma saída de dólares de US$ 14,699 bilhões, a maior para o período desde 2008. Pelo canal financeiro, a saída foi de US$ 14,903 bilhões, a segunda maior da série histórica, atrás apenas de 2019. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, atribuiu o fluxo negativo ao aumento de pagamentos de dividendos e ao movimento de pessoa física. Para conter os efeitos no câmbio, o BC realizou sete leilões à vista, injetando US$ 16,760 bilhões no mercado.
O Banco Central destacou que o repasse da alta do dólar aos preços ao consumidor (pass through) está mais intenso devido ao crescimento acelerado da economia brasileira, acima de sua capacidade, e às incertezas fiscais e inflacionárias. Na ata do Copom de dezembro, que elevou a Selic para 12,25% ao ano, o BC apontou que o repasse aumenta com demanda forte, expectativas desancoradas ou câmbio persistente. Segundo o economista João Fernandes, a economia enfrenta desequilíbrios, com demanda superior à oferta.
A reação negativa no Congresso à suspensão do pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas, que estava previsto até o fim do ano, pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), traz riscos à votação do Orçamento de 2025, o que preocupa o governo e pode afetar o apetite por ativos de risco.
O BC realiza nesta quinta também a rolagem habitual de swap cambial (11h30). Lá fora, os investidores vão acompanhar a pesquisa semanal dos EUA sobre pedidos de auxílio-desemprego (10h30).
A lira turca caía ante o dólar, a 35,2112, após o Banco Central cortar a taxa básica de juros em 2,5 pontos porcentuais, a 47,50%.
Na agenda local, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 1,0 ponto na passagem de novembro para dezembro e encerrou o ano com 99,6 pontos, após recuar em setembro, outubro e novembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumulou queda de 0,3 ponto na média móvel trimestral, o terceiro recuo consecutivo nesta métrica.