O Banco Central divulgou nesta terça-feira (8) a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que definiu a redução da taxa básica de juros, a Selic, de 13,75% para 13,25% na última quarta-feira (2).
O comitê avaliou que a “evolução do cenário desde a última reunião permitiu acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária".
A redução das expectativas de inflação, assim como das medidas de inflação implícitas nos ativos de mercado, reduz o custo da desinflação e tem impacto sobre o juro real ex ante da economia, como já anteriormente alertado pelo Copom. Em segundo lugar, houve clara melhora nos índices de inflação cheia, enquanto a inflação de serviços segue desacelerando na margem”, diz trecho da ata.
Segundo a ata, o comitê entendeu que “há mérito” na opção de redução da Selic em 0,25 ponto percentual (p.p) ou em 0,5 p.p, que foram avaliadas na reunião realizada na semana passada, “seriam compatíveis com a convergência da inflação para a meta tanto nos cenários de referência do Comitê, como em outros cenários apresentados na reunião”.
O documento aponta a divisão dos membros do comitê, que parte do colegiado defendeu uma redução da Selic mais comedida, em 0,25 p.p. “Para esse grupo, a própria sinalização do Comitê já enfatizava a cautela e a parcimônia em tal conjuntura e, na opinião desses membros, não se observaram alterações relevantes no cenário ou projeções do Comitê que justificassem uma reavaliação dessa sinalização”, pontuou a ata.
“Outro grupo considerou que a postura de política monetária em patamar significativamente contracionista permite um início do ciclo já no ritmo moderado considerado para as próximas reuniões, sem detrimento do comprometimento com a meta e a credibilidade da política monetária. Esse grupo enfatizou alguns desenvolvimentos desde a última reunião, como a dinâmica recente de inflação mais benigna do que era esperado, a reancoragem parcial relativamente célere após a definição da meta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e a adequação de recalibrar a taxa de juros real em função dos movimentos nas expectativas de inflação”, acrescentou o comitê.
Próximos passos
Com relação aos próximos passos, os membros do Copom concordaram, de forma unânime, com a expectativa de cortes de 0,5 p.p nas próximas reuniões e avaliam que esse é o “ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.