As altas nas bolsas vieram após quedas consecutivas na Europa continental, em grande parte impulsionadas pela postura tarifária do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Outro tema que chama a atenção é a questão orçamentária na França, com a crise que coloca em risco o governo do primeiro-ministro Michel Barnier impulsionando uma disparada dos rendimentos dos títulos locais.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,47%, a 507,31 pontos.
Segundo a Comissão Europeia, o índice de sentimento econômico da zona do euro subiu para 95,8 em novembro. Já a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da Alemanha acelerou para 2,2% em novembro, de 2% em outubro. Na comparação mensal, o CPI alemão teve deflação de 0,2% ante outubro.
Os dados anuais ficaram abaixo da previsão de analistas consultados pela FactSet, que previam 2,3%. Na visão do ING, é uma boa notícia para a ala hawkish do BCE. "Com a aceleração da inflação global e a estabilização do sentimento econômico, a oposição contra um corte de 50 pontos base nas taxas na reunião de dezembro irá tornar-se mais forte", avalia. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,82%, a 19.419,92 pontos.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, avaliou que uma guerra tarifária entre EUA e Europa pode impulsionar levemente a inflação no curto prazo. Contribuindo para o ambiente incerto está a imprevisibilidade da imposição de tarifas. O Société Generale observa que as táticas geopolíticas de Trump são "provocar, falar e então declarar vitória para os EUA", o que adiciona volatilidade aos mercados, principalmente ao câmbio.
Enquanto isso, governo francês está pronto para fazer concessões ao parlamento sobre o orçamento, disse o ministro da Economia e Finanças da França, Antoine Armand. A declaração ocorre em meio a um impasse que está causando turbulência no mercado financeiro e ameaça Barnier.
Os juros de títulos soberanos da França e da Grécia, com vencimento de 10 anos, atingiram nesta quinta-feira o mesmo nível pela primeira vez desde o início da série histórica. Por sua vez, em Paris, o CAC 40 avançou 0,60%, a 7.186,01 pontos.
Em Madri, a Grifols cedeu 11,60% após notícia de que o fundo canadense Brookfield pode desistir da compra da companhia farmacêutico diante de divergências sobre o valor da companhia. Na mesma cidade, o Ibex35 subiu 0,41%, a 11.626,40 pontos. Em Milão, o FTSE MIB avançou 0,52%, a 33.262,35 pontos. Em Lisboa, o PSI20 teve alta de 0,27%, a 6.435,62 pontos. Fora da zona do euro, o FTSE 100 teve avanço mais contido em Londres, 0,06%, a 8.279,84 pontos.