Bolsas da Europa fecham em alta, de olho em indicadores e com impulso de petroleiras

Por Estadão Conteúdo

As bolsas da Europa fecharam em alta na primeira sessão do ano, em uma sessão que contou com indicadores de atividade apresentando fraqueza na região, o que reforça as perspectivas de um relaxamento na política monetária pelos bancos centrais locais. Além disso, o setor de energia contou com importantes altas, ganhando impulso pela alta nas cotações do petróleo no mercado internacional.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,61%, a 510,73 pontos.

Os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industriais das principais economias europeias recuaram em dezembro, conforme leituras finais dos indicadores divulgadas nesta manhã. O da França, em particular, despencou ao menor nível desde maio de 2020, em meio à crise política que impede a aprovação de um novo orçamento. O PMI industrial do Reino Unido caiu de 48 em novembro para 47 em dezembro, no menor nível em 11 meses. O resultado ficou abaixo da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal e da estimativa prévia, ambas de 47,3.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou esperar que a inflação na zona do euro se acomode na meta de 2% em 2025. Em mensagem de ano novo, Lagarde reiterou a intenção de manter os esforços para estabilizar os preços. "Fizemos um progresso significativo em 2024 na redução da inflação e esperamos que 2025 seja o ano em que estaremos na meta, conforme esperado e planejado em nossa estratégia", disse.

Enquanto isso, a Ucrânia interrompeu o fornecimento de gás russo, que passa pelo país, para clientes europeus, após o término de um acordo de trânsito pré-guerra no final do ano passado. O movimento aumentará a dependência da União Europeia das importações de gás e garantirá que os preços da energia permaneçam muito mais elevados na região do que nos EUA, aponta a Capital Economics. Por outro lado, o aumento dos preços não irá alterar as perspectivas de inflação e de taxas de juro, mas os valores manterão a pressão sobre o setor industrial, aponta consultoria.

Em Londres, observando o cenário, BP (+2,57%) e Royal Dutch Shell (+1,94%) avançaram, contribuindo para a alta de 1,07% do FTSE 100, a 8.260,09 pontos. Em Frankfurt, o DAX avançou 0,48%, a 20.004,15 pontos. Em Milão, o FTSE 100 teve alta de 0,55%, a 34.374,77 pontos. Em Madri, o Ibex35 ganhou 0,60%, a 11.665,00 pontos. Em Lisboa, o PSI20 avançou 0,55%, a 6.412,28 pontos.

Já desvalorização do setor de bens de luxo pesou em Paris, onde o índice CAC 40 subiu modestos 0,18%, a 7.393,76 pontos. O segmento está pressionado após dado indicar desaceleração da indústria na China, um importante motor de demanda para o consumo de alta renda. Entre os destaques negativos, Kering cedia 1,18%, Hermès caía 1,21% e Louis Vuitton se desvalorizava 1,13%.

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