Banco Central reduz a taxa de juros de 13,25% para 12,75%

Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) determinou a segunda redução da taxa básica de juros, a Selic, consecutiva

Da redação

Banco Central reduz a taxa de juros de 13,25% para 12,75%
Banco Central reduz taxa de juros pela segunda vez
Agência Brasil

O Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros, a Selic, de 13,25% para 12,75% ao ano, uma variação negativa de ,5 ponto percentual (p.p). Esta é a segunda baixa consecutiva determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), em reunião iniciada na última terça-feira (19) e concluída nesta quarta-feira (20).

Na reunião de agosto, o Copom anunciou a primeira redução da Selic em três anos, também de 0,5 p.p, ocasião em que acenou uma queda progressiva dos juros nos próximos meses. Roberto Campos Neto, presidente do BC, acompanhou todos os outros que votaram a favor da redução.

O relatório da reunião destaca que, apesar das incertezas nos cenários externos, a situação da atividade econômica está resiliente. Também foi indicado pelo BC que os próximos cortes devem seguir no mesmo ritmo.

Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário (relatório do BC pós-reunião do Copom)

Para empresários e governo, a redução dos juros significa da retomada econômica brasileira, num contexto de pós-pandemia e de guerra no Leste Europeu. Por outro lado, o BC cobrou o cumprimento de metas do governo.

Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas (relatório do BC pós-reunião do Copom)

Governo quer juros mais baixos

O Palácio do Planalto, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defende a redução da Selic. Como argumento, o governo destaca o controle da inflação e aprovação da nova regra fiscal para controlar os gastos públicos.

Entre outras coisas, os juros altos afetam o endividamento das famílias com os bancos e operadores de cartões de crédito, por exemplo. Por parte das pessoas jurídicas, as empresas evitam financiamentos e empréstimos para aplicarem em investimentos.

“Remédio para a inflação”

É importante entender, porém, que a taxa de juros alta é tida como uma espécie de “remédio” para controlar a inflação de um país. Acontece que, durante a pandemia de covid-19 e, mais tarde, a guerra na Ucrânia, o Brasil sofreu com o aumento dos preços, o que forçou o BC a agir.

A partir do segundo semestre de 2022, a inflação começou a se estabilizar no Brasil. Em junho de 2023, por exemplo, o resultado foi negativo (-0,08). Isso deu mais munição para o governo federal pressionar o BC, órgão independente, contra a subida da Selic.

A parte amarga desse remédio, no entanto, é a retração da economia, pois o crédito passa a ser mais caro, o que reduz a capacidade de investimento das empresas, o poder de compra das famílias e estagna a geração de empregos.