O Banco Central anunciou nesta quinta-feira (28) que João Manoel Pinho de Mello, um dos responsáveis pela implementação da ferramenta Pix no Brasil, deixará a direção da Organização do Sistema Financeiro e Resolução.
O mandato de Pinho de Mello na instituição termina no fim deste ano, mas ele poderia ser indicado para recondução.
Para o cargo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicou Renato Dias de Brito Gomes, “professor da Escola de Economia de Toulouse e pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique, bacharel e mestre pelo Departamento de Economia da PUC-Rio e PhD em economia pela Northwestern University”.
O economista ainda precisará passar por sabatina e ter o nome aprovado no Senado Federal.
“Em nome do Banco Central, o presidente Roberto Campos Neto felicita o indicado Gomes e agradece ao diretor Pinho de Mello pelos relevantes serviços prestados ao Banco Central e à Diretoria Colegiada”, disse o BC, em nota.
Novo aumento na Selic
Ontem (27), a instituição anunciou o aumento da taxa de juros básicos de 6,25% para 7,75% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic no nível mais alto desde outubro de 2017, quando foi reduzida de 8,25% para 7,5% ao ano.
A decisão surpreendeu os analistas financeiros, que esperavam reajuste para 7,5% ao ano. Em nota, o BC justificou o novo aumento da taxa de juros citando a evolução da atividade econômica brasileira “ligeiramente abaixo da esperada”.
Crimes envolvendo o Pix
No mês passado, diante da disparada de crimes envolvendo o Pix, o Procon-SP, órgão de defesa do consumidor, entrou em contato com o Banco Central para pedir que a ferramenta de transferência instantânea seja suspensa temporariamente.
Em reunião com técnicos do BC, o diretor-executivo da entidade, Fernando Capez, pediu a paralisação de todas as transações até que novas medidas de segurança sejam adotadas. Segundo ele, o Pix tem sido uma “prestação de serviço perigosa e defeituosa”.
“O Procon-SP fez ver à diretoria o aumento vertiginoso de latrocínios, roubos e sequestros relâmpagos ligados ao Pix e pediu providências. A primeira é que fosse suspenso o funcionamento temporariamente, o que eles não aceitam em hipótese alguma. Outra alternativa seria limitar a todos os usuários o valor máximo de utilização, fixando em R$ 500 durante o mês”, explicou Capez ao Brasil Urgente.
O presidente da instituição, no entanto, nega que o aumento nos crimes esteja relacionado à ferramenta.