O apagão que afeta parte da cidade de São Paulo, que já dura quatro dias, está gerando prejuízos graves aos setores do varejo e de serviços, segundo um levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) divulgado nesta segunda-feira (14). O cálculo da entidade aponta que o prejuízo já ultrapassa R$ 1,65 bilhão.
Segundo a Enel, até a manhã desta terça-feira (15), 220 mil imóveis estão sem energia na Grande São Paulo, sendo 147 mil na capital paulista; 5 mil ocorrências em São Bernardo do Campo; e outras 6,5 mil em Diadema.
O levantamento considera o faturamento que ambos os setores deixaram de registrar no período e as perdas brutas. Esse valor, segundo a entidade, deverá ser maior, porque a Enel não forneceu respostas concretas sobre o retorno do serviço aos consumidores.
Os números da FecomercioSP mostram que só o varejo paulistano teve prejuízos de pelo menos R$ 536 milhões nos dias em que parte dos agentes do setor ficou sem funcionar. No caso dos serviços, as perdas somaram R$ 1,1 bilhão.
“Esses dados foram compilados levando em conta que, aos fins de semana, o comércio de São Paulo tende a faturar, em média, R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços têm receitas de R$ 2,3 bilhões”, informou a FecomercioSP.
Em nota, a federação afirmou que está trabalhando desde o dia que começou o apagão, na última sexta-feira (11), para colaborar com os setores mais afetados pela falta de energia, dialogando com autoridades – como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a prefeitura de São Paulo – e, em paralelo, exigindo que a Enel faça a restauração da distribuição com o máximo de urgência possível.
“Para a FecomercioSP, é inaceitável que a maior metrópole brasileira sofra com constantes cortes de energia, como vem acontecendo nos últimos meses. Pior do que isso, a cidade não pode ficar tanto tempo sem eletricidade em meio a esses episódios. A falta desse serviço básico acarreta problemas significativos para a população e prejuízos enormes ao empresariado”, pontuou a entidade em comunicado.