O volume de vendas do comércio varejista tem alta de 0,7% em julho frente a junho. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa subiu 2,4%. O crescimento vem após três meses de resultados próximos de zero.
As taxas ficaram acima da expectativa do mercado, que calculava uma alta de 0,5% na comparação mensal e de 2% na anual.
Segundo o IBGE, o acumulado nos últimos doze meses foi de 1,6%.
O setor de Tecidos, vestuário e calçados apresentou retração de 2,7% no mês de julho, ante junho. A colunista de economia da BandNews FM, Juliana Rosa, aponta a influência dos e-commerces, sobretudo chineses, para o resultado.
“A parte de vestuário não está tendo um desempenho positivo. Você tem um ganho de renda baixo, com uma série de fechamentos de grandes varejistas, a competição de sites chineses. Foi um número bastante ruim."
A taxação desse tipo de importação é uma demanda de empresários do varejo nacional que tentam frear a discrepância de preços. As empresas chinesas têm isenção de imposto em produtos avaliados em até 50 dólares.
A estudante Clara Dantas afirma que os preços no mercado nacional são incomparáveis aos oferecidos pelos grandes sites de produtos importados, mas que, ainda assim, tenta privilegiar o setor brasileiro.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas de julho recuou 0,3% frente a junho. O índice de média móvel trimestral para o varejo ampliado foi de 0,2%. Para a colunista de economia Juliana Rosa, a retração no segmento teve influência do fim dos incentivos de programas do Governo Federal.
Em relação a julho de 2022, houve alta em cinco das oito atividades: Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (6,9%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,5%), Móveis e eletrodomésticos (3,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,0%) e Tecidos, vestuário e calçados (1,6%).
Apresentaram recuo três setores: Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,3%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,9%) e Combustíveis e lubrificantes (-2,8%).
As vendas, por sua vez, cresceram em 14 estados brasileiros, com destaque para: Espírito Santo (3,3%), Paraíba (2,4%) e Rio Grande do Sul (2,1%).
Pressionando negativamente nos resultados finais, figuram com destaque os estados do Acre (-2,1%), Alagoas (-1,6%) e Rio Grande do Sul (-1,3%). Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte apresentaram estabilidade (0,0%).