Volta dos desfiles do Grupo Especial na Sapucaí acontece sem grandes problemas

O primeiro dia teve Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor

Gabriela Morgado, Isabele Rangel, Marcus Lacerda, Leonardo Macachero e Vinícius Fernandes

Comissão de Frente da Viradouro, última campeã do Carnaval
Douglas Shineidr/Riotur

O primeiro dia de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro transcorreu sem grandes problemas.

IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE

De volta à elite do Carnaval Carioca, a Imperatriz Leopoldinense fez uma bela apresentação, que a credencia a permanecer no Grupo Especial.

Com enredo sobre o carnavalesco Arlindo Rodrigues, a escola passou bem organizada. Um dos pontos altos foi a homenagem ao também carnavalesco Joãozinho Trinta, relembrando o enredo Ratos e Urubus Larguem a Minha Fantasia. 

Fotos: Thiago Lara, Rodrigo Gorosito e Douglas Shineidr/Riotur

Arlindo Rodrigues, que foi duas vezes campeão pela escola, em 1980 e 1981, é lembrado pelos enredos com temas históricos e africanos, pela inovação nas fantasias e pela influência trazida pelo trabalho no Theatro Municipal com o carnavalesco Fernando Pamplona.

A carnavalesca Rosa Magalhães, à frente da escola de Ramos novamente, depois de mais de dez anos, levou para a Avenida grandes enredos comandados pelo artista na Imperatriz, como os sobre Dalva de Oliveira e Lamartine Babo. 

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MANGUEIRA

Com um dos sambas mais bonitos deste Carnaval, a Mangueira empolgou o público, que cantou a plenos pulmões a homenagem a Cartola, Jamelão e Delegado. 

A escola ressaltou a marca da comunidade e a tradição, relembrando a vida e as principais obras de um dos fundadores e compositores da Mangueira – Cartola – um dos principais intérpretes – Jamelão – e um dos mais conhecidos mestres-salas – Delegado – três artistas negros. 

Fotos: Thiago Lara, Rodrigo Gorosito e Douglas Shineidr/Riotur

Com o tema, o carnavalesco Leandro Vieira tenta o terceiro campeonato pela escola, que ficou na sexta colocação em 2020.

SALGUEIRO

Um dos destaques da passagem do Salgueiro foi a Comissão de Frente, que trouxe elementos africanos, areia e uma alegoria, que chamaram a atenção.  A escola do Andaraí falou de Resistência, exaltando personagens negros. 

Da luta pela abolição da escravatura às manifestações culturais, como o funk e os bailes charmes. 

Nas alas e nos carros, o carnavalesco Alex de Souza trouxe a cultura e a tradição negra no samba desde a época do Império, mas também retratando os preconceitos sofridos e a luta por resistência. 

A escola não deixa de ressaltar também a importância das músicas, danças e religiões de matrizes africanas para a formação da cultura carioca e brasileira.

Fotos: Thiago Lara, Rodrigo Gorosito e Douglas Shineidr/Riotur

A temática negra não é nova para o carnavalesco Alex de Souza, a frente do Salgueiro pelo quarto ano seguido. Os enredos anteriores também traziam temas relacionados à cultura e à história dos negros no Brasil, que agora, são unificados e voltam a se revelar como formas de resistência.

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SÃO CLEMENTE

Com enredo sobre o humorista Paulo Gustavo, a São Clemente passou um pouco mais lenta que as escolas anteriores e, apesar de ter a simpatia do público e a participação de vários artistas, a escola acabou deixando o público mais sonolento. 

O desfile exaltou o talento e a criatividade do artista, mas também a luta do humorista contra preconceitos. A família e os amigos, inspirações para os trabalhos dele, entraram na Marquês de Sapucaí para participar da homenagem.

A São Clemente destacou o amor da mãe do artista, Déa Lúcia, eternizada na personagem Dona Hermínia; da irmã de Paulo Gustavo, Juliana Amaral; e do marido do humorista, Thales Bretas.

Fotos: Thiago Lara, Rodrigo Gorosito e Douglas Shineidr/Riotur

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VIRADOURO

Atual campeã do Carnaval do Rio, a Viradouro entrou na avenida com gritos de “É campeã”. Fez uma bela passagem pela Sapucaí. A escola teve uma boa leitura de enredo ao falar do Carnaval dos Carnavais, de 1919, quando foi celebrado o fim da pandemia de Gripe Espanhola e o primeiro Carnaval depois do fim da Primeira Guerra Mundial. 

Fotos: Thiago Lara, Rodrigo Gorosito e Douglas Shineidr/Riotur

O enredo “Não há Tristeza que possa suportar tanta Alegria” faz uma analogia à Covid-19. E a apreensão sobre a realização ou não do Carnaval e a felicidade pelo retorno da festa são representadas em forma de carta no samba de Felipe Filósofo, Fábio Borges, Ademir Ribeiro, Devid Gonçalves, Lucas Marques e Porkinho: “Tirei a máscara no clima envolvente, encostei os lábios suavemente e te beijei na alegria sem fim, carnaval, te amo, na vida és tudo pra mim”.

O trabalho foi assinado pelos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon, responsáveis pela vitória da vermelho e branco em 2020.

BEIJA-FLOR

A Beija-Flor de Nilópolis, que também trouxe um enredo para enaltecer a raça negra, tinha fantasias muito bem elaboradas, mas apresentou problemas de harmonia e evolução. Na entrada do segundo carro, os destaques terminaram de entrar já no setor e um enorme buraco se abriu, mas antes do primeiro módulo de jurados. 

O enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor” se constrói por meio da “afrosofia”: do pensamento de intelectuais e pesquisadores negros sobre o racismo e a cultura e dos ensinamentos de povos ancestrais.

Fotos: Thiago Lara, Rodrigo Gorosito e Douglas Shineidr/Riotur

O carnavalesco Alexandre Louzada, três vezes campeão do Carnaval Carioca pela Beija-Flor, comanda o desfile da escola de Nilópolis pelo segundo ano consecutivo. Em 2020, a Beija-flor ficou em quarto lugar.

SEGUNDO DIA DE DESFILES

Neste sábado (23), quem se apresenta é Paraíso do Tuiuti, Portela, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos da Tijuca, Grande Rio e Vila Isabel.

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