Bombeiro acusado de tentativa de homicídio contra atendente é condenado

O crime ocorreu em maio de 2022. O desentendimento começou após o militar exigir do atendente um desconto de R$ 4 no pedido

Por Luanna BernardesMariana Albuquerque

O crime ocorreu em maio de 2022
Reprodução

Já está cumprindo pena o ex-sargento do Corpo de Bombeiros condenado a 12 anos de prisão pela tentativa de homicídio contra um atendente de uma rede de fast food na Taquara, na Zona Oeste do Rio. 

Paulo Cesar de Souza Albuquerque ainda vai precisar pagar uma indenização de R$ 100 mil por danos morais à vítima. Por decisão do juiz Gustavo Gomes Kalil, ele perdeu o cargo de bombeiro. 

O crime ocorreu em maio de 2022. O desentendimento começou após o militar exigir do atendente Mateus Domingos Carvalho um desconto de R$ 4,00 no pedido. À reportagem da BandNews FM, Mateus contou que foi um momento difícil ter que passar pelo julgamento.

Segundo a vítima e outras testemunhas, o cliente estava no drive-thru da loja e queria adicionar um cupom promocional depois que o pedido já tinha sido fechado. 

Matheus informou que não seria possível. Nesse momento, Paulo Cesar se irritou, quebrou a proteção de acrílico e deu um soco na vítima, que revidou a agressão.

Imagens das câmeras de segurança do estabelecimento mostram quando o sargento entra na loja com uma arma na mão, vai até a área de trabalho da lanchonete e, segundo testemunhas, atira no rapaz. O militar sai e Mateus fica caído no chão e é amparado por um colega.

Paulo Cesar foi condenado por tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil, contra o atendente do Mc Donald's.

A advogada Luísa Capanema, que representou a vítima, lembrou as consequências na vida física e psicológica do atendente. 

Atualmente, Mateus Domingos Carvalho, de 23 anos, foi aposentado por invalidez. Ele precisa fazer, frequentemente, fisioterapia, pela lesão provocada na coluna. 

Além disso, perdeu parte do rim e do intestino. O sonho de fazer faculdade de veterinária foi pausado por causa do tratamento de saúde. A mãe do jovem precisou largar o trabalho para cuidar dele, o que diminuiu a renda da família. 

Na decisão, o juiz ainda ressaltou que o ex-bombeiro admitiu que havia consumido bebida alcóolica e, mesmo assim, dirigiu e portou arma. O carro dele estava sem placa. O magistrado também complementou que o acusado disparou dentro da lanchonete, colocando em risco a vida de outros funcionários.

Procurado, o Corpo de Bombeiros ainda não se posicionou. A defesa do condenado disse que vai recorrer da decisão. O advogado Sandro Figueiredo, em nota, afirmou que o ex-sargento não teve a intenção de atirar e que o disparo foi acidental.

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