O Cemitério da Penitência, no Caju, na Região Portuário do Rio, cria um projeto que oferece velórios póstumos para famílias que enterraram parentes durante a pandemia da Covid-19.
Batizada de "Despedida póstuma Covid-19", a iniciativa é realizada com a presença das cinzas ou de objetos pessoais de quem morreu e foi enterrado no período em que os funerais passaram por maiores restrições.
Uma estrutura ao ar livre foi montada no início da crise sanitária para as cerimônias. Cerca de 3 mil velórios associados à doença foram registrados no local até março de 2022, quando as autoridades anunciaram a retomada dos funerais.
Para a CEO do Cemitério da Penitência, Karla Monielly Belchior, o projeto pode proporcionar uma despedida digna.
Uma das primeiras interessadas no projeto foi a professora Vilma Madalena de Assis, de 67 anos. Em junho de 2020, ela perdeu a mãe, Maria Madalena Cardoso, aos 81 anos, vítima de um AVC seguido de complicações da Covid.
Segundo a professora, a iniciativa foi uma forma de, ao lado dos filhos, poder fazer uma despedida simbólica.
A ação abrange pessoas que tiveram familiares e amigos sepultados na primeira fase da pandemia, completando os três anos regulamentares para a exumação.
A cerimônia é celebrada por um representante religioso que, antes do rito, define com os familiares as preferências para o velório.