"Maldade com uma jovem que tinha um futuro brilhante", diz Brazão sobre caso Marielle

Chiquinho foi o primeiro réu na ação penal que apura os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes a ser interrogado pelo Supremo Tribunal Federal

Por Guilherme Faria

Cinco anos após assassinato, caso Marielle Franco segue indefinido
Reprodução/Bernardo Guerreiro

O deputado federal Chiquinho Brazão afirmou acreditar que não há uma explicação para a acusação contra ele e o irmão, Domingos Brazão, a não ser que Ronnie Lessa, réu confesso do assassinato de Marielle Franco, esteja protegendo alguém.

Chiquinho foi o primeiro réu na ação penal que apura os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes a ser interrogado pelo Supremo Tribunal Federal, nesta segunda-feira (21).

Questionado, Chiquinho disse não conhecer o ex-policial militar Ronnie Lessa, que confessou ter atirado na parlamentar, nem Élcio Queiroz, que dirigia o carro usado no ataque.

Ao falar sobre a colaboração premiada de Ronnie Lessa, que apontou os irmãos Brazão como mandantes do assassinato, Chiquinho disse que as alegações não são verdadeiras.

O político também foi perguntado sobre a denúncia de que ele o irmão Domingos atuavam em atividades de grilagem na Zona Oeste do Rio. Chiquinho negou a acusação e disse nunca ter tido envolvimento com grupos criminosos.

Brazão classificou o assassinato de Marielle, em março de 2018, como "uma maldade com uma jovem que tinha um futuro brilhante" e afirmou que ele sempre teve um relacionamento respeitoso com a vereadora e com outros políticos da esquerda.

Durante a oitiva, Chiquinho se emocionou ao falar sobre a família, em especial ao comentar sobre o relacionamento com os netos.

Nesta terça-feira (22), o STF interroga Domingos Brazão. Além dos irmãos, apontados como mandantes do crime, respondem ao processo o ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, que teria ajudado a obstruir as investigações, além de Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como major Ronald, e Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe. Robson é apontado pelos investigadores como miliciano, que teria ajudado a intermediar o primeiro encontro de Ronnie Lessa com os irmãos Brazão. Já major Ronald seria o responsável por alertar os demais envolvidos sobre a localização de Marielle no dia do assassinato.

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