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Um ano após tragédia de Petrópolis, município ainda possui 270 áreas vulneráveis

Algumas regiões, como Frei Leão, sequer receberam qualquer intervenção do poder público

Por Carlos Briggs

Um ano após tragédia de Petrópolis, município ainda possui 270 áreas vulneráveis
Fernando Frazão/Agência Brasil

Um ano após a maior tragédia da história de Petrópolis que matou mais de 230 pessoas, a cidade ainda possui 130 áreas vulneráveis, distribuídas por 26 bairros. A conclusão faz parte de um levantamento do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio e que conta no relatório do Ministério Público. O documento foi elaborado para cobrar ações efetivas do poder público na cidade da Região Serrana.

Algumas regiões, como Frei Leão, sequer receberam qualquer intervenção do poder público. Por lá, pedras ainda estão deslocadas e a terra não foi retirada. Quem morava no local era Cristiane Gross, que perdeu sete pessoas da família no temporal de 15 de fevereiro. Ela conta o que foi feito no entorno.

Só agora, os moradores começam a ver as primeiras obras de intervenção no bairo Alto da Serra, o local mais atingido pelo temporal. Descrente de resoluções efetivas, Camila Lyrio decidiu deixar o local, onde viveu por quase 40 anos, para morar na Baixada Fluminense.  

Uma das necessidades já identificadas é aumentar o escoamento do Rio Palatinos, além do Extravasor, que está sob uma galeria de águas pluviais. Só a obra desse túnel está estimada em R$ 70 milhões. A estrutura é uma espécie de válvula de escoamento. Só para se ter uma ideia: 70% da água que corta Petrópolis escoa pelo Rio Extravasor.  

Apesar da relevância, o local teve apenas 1/3 das obras concluídas pelo Governo do Rio, que agora promete licitar as etapas seguintes. Morador da região, Hélio Fragas tem uma casa na região. Ele garante que há atraso também na instalação de sistemas de captação de águas pluviais e esgoto da cidade.

Cerca de mil pessoas ficaram desabrigadas na tragédia. Até agora, tanto o Governo do Rio, como a Prefeitura de Petropolis sequer definiram os terrenos para começar os projetos de construção das casas para quem perdeu os imóveis.

Sobre a contenção de encostas, a Prefeitura de Petrópolis informou que já começou a realizar as obras em diversos pontos e que há outras áreas em processo de licitação. Em relação às galerias pluviais, a nota diz apenas que as intervenções nas galerias ainda estão sendo realizadas.

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