Troca no comando da Petrobras vai passar por processo de governança interna

Caio Paes de Andrade foi indicado pelo Governo Federal após a demissão de José Mauro Ferreira Coelho

Pedro Dobal

O Governo Federal é acionista controlador da empresa
Fernando Frazão/Agência Brasil

A indicação de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras vai precisar passar pelo processo de governança interna antes de ser submetida à Assembleia Geral de Acionistas. As etapas para que o novo indicado tome posse foram tema da reunião ordinária do Conselho de Administração da empresa nesta quarta-feira (25).

O secretário de Desburocratização do Ministério da Economia é um nome de confiança do ministro Paulo Guedes e foi indicado pelo Governo Federal após o anúncio da demissão de José Mauro Ferreira Coelho, que está no cargo há cerca de 40 dias. É a terceira troca no comando da estatal desde 2019 e a segunda neste ano.

O professor de economia da PUC-Rio e da ESPM Roberto Simonard avalia que a demissão de mais um presidente pode afastar investidores.

Essa estratégia corrói muito a credibilidade da empresa, até porque cria expectativas muito ruins. O futuro da empresa fica muito incerto, dado que o maior acionista tem atitudes desse tipo

Apesar da mudança, o professor de economia e relações internacionais da Universidade Federal do ABC Giorgio Romano acredita que a atual política de preços deve ser mantida.

Na verdade não vai mudar nada. O que fica claro nas pesquisas é que a população está muito preocupada com a inflação, entende que o governo tem responsabilidade e a questão do preço dos combustíveis é um dos principais vilões. É um gesto de desespero para tentar se desvincular da responsabilidade. No caso, por parte do presidente [Jair Bolsonaro]

O PPI, preço de paridade de importação, passou a ser adotado pela Petrobras durante o governo de Michel Temer. Segundo essa política, os preços cobrados pela companhia devem acompanhar as variações do mercado internacional.

Como o atual presidente foi eleito em uma chapa com outros conselheiros, o Governo Federal, que é acionista controlador da Petrobras, ainda deve indicar mais sete nomes para compor o Conselho de Administração. Apenas depois do envio dos indicados e posterior análise dos requisitos legais e de gestão e integridade que uma nova Assembleia Geral poderá deliberar sobre o assunto.

A convocação da reunião que vai eleger o novo presidente da Petrobras deve acontecer com uma antecedência mínima de 30 dias.

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