Três pessoas são presas em operação do MPRJ contra quadrilha de "gatonet"

Grupo é chefado pelo policial reformado Ronnie Lessa e pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, presos por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco

Por Pedro Dobal

Os agentes cumpriram 7 mandados de busca e apreensão
Reprodução

Três pessoas são presas durante uma operação do Ministério Público do Rio contra a quadrilha de "gatonet" chefiada pelo policial reformado Ronnie Lessa e pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, presos por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Os agentes ainda cumpriram sete mandados de busca e apreensão em Rocha Miranda, Honório Gurgel e Irajá, na Zona Norte do Rio.

Seis pessoas foram denunciadas à Justiça por integrarem a organização criminosa voltada à exploração clandestina de sinais de TV e internet. Maxwell e Lessa não são alvo da ação desta terça-feira (12) porque já foram denunciados na primeira fase da operação, em agosto do ano passado.

As investigações ainda apontam que o dinheiro arrecadado com os serviços também foi utilizado para o pagamento do advogado de Élcio Queiroz, ex-PM que confessou ter dirigido usado na execução de Marielle. Segundo o MP, Élcio recebia uma ajuda financeira, com o objetivo de evitar que ele rompesse com os comparsas e ajudasse as investigações.  

Nesta terça-feira (12), os agentes apreenderam dinheiro em espécie e planilhas com informações dos clientes da quadrilha. A ação contou com o apoio das polícias Civil e Militar.

Material foi apreendido nesta terça-feira (12)

Dois dos três presos atuavam como gerentes do grupo e o terceiro era responsável pela manutenção dos equipamentos utilizados pela organização criminosa. Os outros três foram alvo apenas de mandados de busca e apreensão.

Os investigadores descobriram diversos pagamentos feitos pelos denunciados ao ex-bombeiro Maxwell, chegando ao saldo de R$ 234 mil na conta dele.  

A denúncia do MP inclui conversas em que os suspeitos se referem a Maxwell como "patrão". Entre as mensagens encontradas, está uma em que os criminosos comemoravam uma ação do governo contra as chamadas "TV Box", porque a medida poderia trazer mais clientes para a quadrilha.  

No início do mês, outros quatro suspeitos de integrar o grupo foram presos acusados de comércio ilegal de armas de fogo e munição.

O assassinato de Marielle e Anderson completa seis anos na quinta-feira (14). Quatro pessoas estão presas por envolvimento no crime.  

Ronnie Lessa confessou que fez os disparos. Élcio Queiroz admitiu que dirigiu o carro. Maxwell Simões é suspeito de monitorar a rotina de Marielle, participar de uma tentativa frustrada de execução e ajudar no sumiço de provas. Já o mecânico Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, teria participado do desmanche do veículo.

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