Três mandados de busca e apreensão são cumpridos pela Polícia Federal, em Volta Redonda

A ação reprime crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral praticados no município

Por João Boueri

Um dos endereços onde os mandados são cumpridos é ligado a Vander Temponi Faria, de 52 anos
Reprodução/Polícia Federal

Três mandados de busca e apreensão são cumpridos em Volta Redonda, no Sul Fluminense, durante uma operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (3) para reprimir crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral praticados no município. Um dos endereços onde os mandados são cumpridos é ligado a Vander Temponi Faria, de 52 anos. 

Ele foi candidato à Câmara Municipal de Volta Redonda no ano passado, mas ficou como suplente. Segundo as investigações da Polícia Federal, há indícios de corrupção eleitoral durante as eleições municipais do ano passado, envolvendo prática de compra de votos e promessa de cargos comissionados. 

De acordo com a PF, Temponi se articulou com lideranças de bairros de Volta Redonda para intermediar a compra de votos. 

As lideranças locais ficavam com a informação da quantidade de títulos de eleitores dos moradores que se ofereceram para participar do esquema criminoso e faziam comparação com a quantidade de votos obtidos pelo candidato investigado nas seções eleitorais dos bairros em que houve a compra de votos. 

Os celulares, documentos e anotações que foram apreendidos vão passar por análise técnica em uma nova etapa da Operação Ambitus. O delegado de Polícia Federal Felipe Covre ressaltou que as investigações continuam. 

Segundo a Polícia Federal, os investigados da operação desta quinta-feira (03) podem responder pelos crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral. Somadas, as penas chegam a sete anos de reclusão.

Em fevereiro deste ano, a segunda instância do Tribunal de Justiça do Rio absolveu o ex-vereador pelo suposto crime de rachadinha entre 2021 e 2024. Ele tinha sido condenado a 25 anos de prisão em regime fechado há 1 ano e também a devolver R$ 105 mil aos cofres públicos.

Vander Temponi Faria chegou a ser denunciado duas vezes pelo Ministério Público. A primeira foi pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e usurpação de função pública. A investigação identificou pelo menos 47 repasses de servidores ao vereador, entre janeiro de 2021 e julho de 2022. Ainda de acordo com o MP, os servidores ficavam com apenas cerca de R$ 1 mil dos mais de R$ 7 mil que recebiam oficialmente a título de salário.

Já a segunda denúncia possui relação com tráfico de influência. A acusação era relativa a transações mediadas por Vander entre a Prefeitura e uma empresa entre os anos de 2017 e 2019. Na ocasião, ele se passava por um emissário do então prefeito de Volta Redonda enquanto representava uma empresa que prestava serviços ao município.

A defesa de Vander Temponi criticou o cumprimento dos mandados de buscas e apreensão e pedi acesso aos autos para esclarecer o caso. Procurada, a Câmara Municipal de Volta Redonda ainda não se posicionou.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.