Tiroteio: moradores de favelas tem dobro de chances de ter depressão e ansiedade

É o que aponta pesquisa feita pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania compara a situação da saúde daqueles que moram em comunidades mais expostas a confrontos

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Fernando Frazão/Agência Brasil

Moradores de favelas mais expostas a tiroteios têm o dobro de chance de apresentar depressão e ansiedade. É o que aponta uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), que compara a situação da saúde daqueles que moram em comunidades mais expostas a confrontos armados com a das pessoas que vivem em favelas com menor incidência de tiroteios.

De acordo com o estudo, a probabilidade de desenvolvimento de hipertensão por moradores dos locais mais afetados é 42% maior e de insônia, 73%.  

O filho de Irone Santiago, de 58 anos, foi baleado durante uma ocupação do Exército no Complexo da Maré, em fevereiro de 2015. Ela conta que, desde esse episódio, e com as frequentes operações policiais na comunidade onde mora, tem fortes crises de ansiedade.  

Também nas comunidades com maior número de confrontos, cerca de 59% dos moradores afirmaram que unidades de saúde já foram fechadas por causa da violência.

Além disso, aproximadamente 26% das pessoas já adiaram a busca por atendimento médico devido aos confrontos, enquanto nas áreas mais tranquilas o indicador é de apenas 5,9%.

A socióloga e coordenadora da pesquisa, Rachel Machado, afirma que as ações policiais nas comunidades precisam ser diferentes.  

A pesquisa ouviu 1.500 moradores de seis locais da cidade do Rio. Três deles registraram os maiores números de tiroteios em 2019: Nova Holanda, na Maré; Centro Habitacional Provisório 2, em Manguinhos; e Vidigal, na Zona Sul. Os outros três não registraram confrontos armados naquele ano. São eles Parque Proletário dos Bancários, na Ilha; Parque Conquista, no Caju; e Jardim Moricaba, na Zona Oeste.

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