Testemunhas de morte de idosa no Morro do Turano negam tiroteio

Quatro moradores da comunidade, que estavam com Severina da Silva Nunes, e viram tudo o que aconteceu, prestaram depoimento

Por Thuany Dossares

Severina da Silva Nunes, de 63 anos, estava em uma padaria quando foi baleada
Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil vai fazer o confronto balístico entre os estojos de fuzil levados por moradores que testemunharam a morte de uma idosa no Morro do Turano e as armas dos policiais militares acusados do crime. 

Severina da Silva Nunes, de 63 anos, estava em uma padaria da comunidade da Zona Norte do Rio, quando foi baleada no dia 15 de junho. Os investigadores avaliam fazer uma reprodução simulada do caso, segundo informações do advogado que representa os moradores. 

Na quinta-feira (22), quatro pessoas que viram o que aconteceu prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital. Elas afirmaram que PMs entraram na rua atirando e que não houve troca de tiros no momento em que a vítima foi atingida. 

Temendo represálias dos militares, que são lotados na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Turano, as pessoas preferiram manter o anonimato. O advogado Glaucio Maciel, que representa o grupo, as testemunhas ainda entregaram aos investigadores estojos de fuzil que ficaram caídos no chão após os tiros. 

Mais duas pessoas ainda devem ser levadas pelo advogado para serem ouvidas pelos investigadores. Uma delas é outra vítima da ação. Kécia de Souza Silva estava grávida de 8 meses e ficou ferida por estilhaços. Glaucio Maciel disse que ela já teve o bebê e deve comparecer na delegacia depois do período de resguardo. Outra moradora vai prestar depoimento na próxima semana. 

A idosa foi atingida por dois tiros no braço e no peito, chegou a ser socorrida para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, mas não resistiu.

No dia do tiroteio, a Polícia Militar disse em nota que instaurou um procedimento para apurar o caso. Ainda de acordo com a corporação, equipes da UPP Turano foram atacadas por criminosos armados durante patrulhamento na comunidade. Na época, a corporação disse que estava prestando apoio às famílias.

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