Dois dos quatro terminais do BRT Transbrasil estão desocupados e funcionam apenas como apoio para o corredor expresso. Os espaços, nos Trevos das Margaridas e das Missões, estão projetados para uma expansão futura do sistema, mas hoje estão abandonados.
Segundo a Prefeitura do Rio, a ideia inicial era que terminal do Trevo das Margaridas absorvesse o tempo de deslocamento para quem vem da Baixada Fluminense pela Rodovia Presidente Dutra.
Já o Trevo das Missões foi idealizado para aliviar o trajeto para quem chega da baixada pela Rodovia Washington Luís. De acordo com o município, com a conclusão das obras desses terminais, o número de coletivos na Avenida Brasil seria reduzido.
Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, o andamento das obras depende do Governo do Estado, já que os terminais receberiam ônibus intermunicipais
Em 2009, o Governo do Estado contratou o Projeto Básico do corredor com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), entregando à Prefeitura do Rio a responsabilidade do Projeto Executivo e das obras.
O executivo municipal utilizou recursos do BNDES para financiar o projeto, cotado em R$ 100 milhões para os cofres públicos. As construtoras escolhidas foram a OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão.
Com esses terminais prontos, a Prefeitura esperava transportar 70.000 pessoas por hora, em cada sentido.
Anos depois, diante dos escândalos na Operação Lava Jato, as obras do BRT Transbrasil foram alvo de processos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Tribunal de Contas do Município (TCM).
Na última vez em que esteve no local, em abril do ano passado, o TCM já evidenciava inconsistências entre o cronograma apresentado pela prefeitura e o real estado das intervenções. O órgão de controle externo acusou problemas na pavimentação.
Obras não concluídas
Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes afirmou que as obras dos dois terminais estão finalizadas e que ambos estão sendo utilizados de forma operacional. Segundo a pasta, eles só passarão a receber passageiros de linhas intermunicipais após o Governo do Estado assumir os terminais.
Já a Secretaria Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana disse que participa de reuniões periódicas com a secretaria municipal para avaliar a oferta de transportes públicos no corredor, além de discutir os custos para a conclusão das obras.
A BandNews FM apurou que a última troca de informações oficiais entre as pastas se deu em junho do ano passado, quando a Secretaria Estadual pediu ao município a atualização do cronograma das obras dos terminais Margaridas e Missões, além de Deodoro e Gentileza, ainda não inaugurados à época.
As pastas estadual e municipal não comentaram o teor da troca de ofícios.