Um relatório assinado por técnicos do Governo do Rio e do Instituto Estadual de Engenharia e Arquitetura (IEEA) aponta que a paralisação das obras do Museu da Imagem e do Som (MIS) desde 2016 trouxe "danos irreversíveis" aos sistemas já construídos.
Os profissionais constataram que é necessária uma reforma geral para a retomada dos trabalhos, após visitas ao espaço que deve abrigar a nova sede do museu. A perícia foi realizada também para apurar o estado do sistema de fachadas e esquadrias da estrutura.
Após constatarem os problemas, os técnicos chegaram ao valor para a correção e para a manutenção de toda a fachada, elementos metálicos e vidros. O montante ficou em R$ 14,21 milhões.
As obras para execução desses sistemas eram inicialmente de responsabilidade da Seveme Indústrias Metalúrgicas, mas, desde 2021, passaram a ficar por conta da MPE Engenharia. Após sucessivas prorrogações, o contrato com a MPE se encerrou em novembro do ano passado.
Se tratando de acervos magnéticos, a expectativa de que o custo fosse muito alto devia estar na previsão, por causa da água nos subsolos. Todo esse custo devia ter sido previsto à época da licitação - relata a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Letras e Artes da UFRJ Maria Clara Amado Matins
Entre os danos, os especialistas apontam um comum: manchas generalizadas de todas as peças em aço inoxidável com um aspecto tipo ferrugem. Também há destaque para os problemas de alinhamento dos guarda-corpos com os padrões exigidos.
Eu fotografo várias vezes e uso como material de sala de aula para lembrar aos alunos o que não se deve fazer, que é deixar a obra parada. São agravantes que vêm desde o inicio - avalia a professora Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
A partir da quantia, o governo fluminense iniciou o processo de licitação no fim do ano passado. A escolha da nova empresa responsável pelas ações estava agendada para o último dia 5, mas foi suspensa por decisão liminar do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ).
Segundo a corte, o certame poderia causar danos ao patrimônio público. O TCE disse ainda que o edital foi elaborado de um modo que poderia inviabilizarr a formulação de propostas, impedindo a participação de empresas que poderiam oferecer propostas mais vantajosas para a execução das obras.
Segundo previsão do governador do Rio, Cláudio Castro, a construção da nova sede do Museu da Imagem e do Som (MIS) terminaria até o fim de 2023. Quando as obras começaram em 2010, a promessa era entregar tudo até 2012.
Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas disse que não houve suspensão das obras do MIS.
Segundo a pasta, a secretaria recebeu a notificação do tribunal de contas e vai responder aos questionamentos dentro do prazo de 15 dias concedido pelo TCE para que a licitação seja realizada o mais rápido possível.
A pasta não esclareceu se há um novo prazo de conclusão da obra.