Suspeitos de fraudar contratos da Petrobras são alvo de operação da Polícia

Ação desta terça-feira (7), batizada como Prometheus, tem como base uma investigação realizada em conjunto com a estatal, que colaborou com a Polícia Civil

Por Pedro Dobal

Agentes realizam buscas em endereços de Cabo Frio, Região dos Lagos
Reprodução/PCERJ

A Polícia Civil investiga se funcionários da Petrobras ajudavam o grupo suspeito de fraudar contratos milionários da estatal. Nesta terça-feira (7), uma operação cumpriu 10 mandados de busca e apreensão contra a quadrilha, que seria responsável por adulterar equipamentos fornecidos à petroleira.

Agentes realizaram buscas em endereços em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Os policiais apreenderam uma lancha, cinco carros e diversos celulares. As equipes ainda encontraram uma oficina onde os criminosos faziam a falsificação de motores e outros materiais.

O delegado Leonardo Borges, da Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, afirma que o uso dos equipamentos fornecidos poderia colocar em risco a segurança dos funcionários.

As investigações apontaram que os suspeitos compravam equipamentos que não atendiam aos critérios exigidos pela Petrobras e faziam adulterações para que a fraude passasse despercebida. Alguns materiais não eram à prova de explosão e tinham marcas de desgaste e ferrugem, o que aponta que eles podem ser de segunda mão.

Segundo a estatal, o prejuízo com os produtos falsificados chegou a R$ 1,2 milhão. O delegado Leonardo Borges conta que a operação também teve o objetivo de apreender bens que possam ser usados para recuperar parte do dinheiro perdido pela Petrobras.

Os investigadores dizem que os suspeitos fazem parte de uma mesma familia e atuam em conjunto, por meio de cinco empresas. Ao todo, foram firmados mais de 3 mil contratos com elas, totalizando R$ 26 milhões em pagamentos.

Batizada como Prometheus, a operação teve como base uma investigação realizada em conjunto com a estatal, que acionou a polícia quando suspeitou das fraudes.

Em nota, a Petrobras disse que, a partir de indícios de fraudes cometidas em contratos de fornecimento de bens no período de 2019 a 2022, adotou as medidas internas cabíveis, como a aplicação de sanções administrativas e o acionamento das autoridades públicas para adoção de medidas no âmbito criminal.  A companhia afirmou ainda atuou tempestivamente e de modo eficaz e continuará colaborando com as investigações.

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