O general de Exército Richard Fernandez Nunes afirma que a escolha do delegado Rivaldo Barbosa para o cargo de chefe da Polícia Civil do Rio ocorreu de forma técnica, sem interferências políticas.
Ele prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira (9), no âmbito da ação penal que apura os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O general, que, hoje, ocupa o cargo de chefe do Estado Maior do Exército, era o secretário de segurança e foi o responsável por nomear Rivaldo Barbosa para o posto de chefe da Polícia Civil do Rio em 2018. Rivaldo assumiu o cargo um dia antes da morte de Marielle Franco.
Na oitiva, Richard Nunes citou pontos dos relatórios da Polícia Federal com os quais não concorda.
Ao falar sobre o trabalho investigativo, o general também afirmou que o objetivo das reuniões periódicas que ocorriam com o delegado responsável pelo caso, Giniton Lages, e com Rivaldo Barbosa era atualizar o andamento das investigações.
O general Richard Nunes foi arrolado como testemunha pelas defesas dos réus Rivaldo Barbosa e Ronald Paulo Alves Pereira.
O depoimento do general ao STF foi confirmado após intimação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Antes da medida, um representante chegou a informar que ele não compareceria à audiência.
Entre as justificativas, estava o fato de Richard Nunes já ter prestado esclarecimentos à Polícia Federal no caso e a alegação de que o Comando do Exército entendia que a presença do Chefe do Estado-Maior no ato processual poderia comprometer a imagem da Força.
Cinco testemunhas ainda serão ouvidas pelo STF. As oitivas devem ser concluídas ainda em outubro.