Os sócios do laboratório PCS Saleme, envolvidos no escândalo de transplantes de órgãos com HIV no Rio de Janeiro, devem deixar a prisão nesta quinta-feira (12).
Os alvarás de soltura para Walter Vieira e Matheus Sales Bandoli já foram expedidos. O ex-funcionário Ivanilson Fernandes dos Santos também será solto. Agora, os três devem cumprir medidas cautelares.
A ex-funcionária Jacqueline Iris Bacellar já havia sido solta na semana passada. Adriana Vargas e Cleber Oliveira seguem presos, mas a defesa deles ainda vai solicitar a revogação do mandado de prisão preventiva.
A primeira audiência de instrução e julgamento das seis pessoas envolvidas no caso será realizada no dia 24 de fevereiro de 2025.
Relembre o caso
O Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde souberam da infecção do engenheiro que vive no estado da Bahia entre os dias 12 e 14 de setembro. Ao todo, seis pacientes passaram a viver com HIV após a emissão de dois laudos falso-negativos pelo laboratório PCS Lab Saleme.
Seis pessoas foram presas. O sócio-proprietário Walter Vieira e o filho também sócio da empresa Matheus Sales Bandoli, e os funcionários Adriana Vargas, Cleber de Oliveira Santos, Ivanilson Fernandes dos Santos e Jacqueline Iris Bacellar de Assis.
A suspeita da Polícia Civil é de que o laboratório tenha determinado uma mudança no controle da checagem dos reagentes na máquina analítica que fazia o teste de HIV para economizar.
Na denúncia, o Ministério Público disse que os envolvidos "tinham plena ciência de que pacientes que recebem órgãos transplantados recebem imunossupressores para evitar a sua rejeição, e que a aquisição de qualquer doença em um organismo já fragilizado, principalmente HIV, seria devastadora". A promotora destacou a "indiferença com a vida".
Procurados, o Ministério da Saúde afirma que tem prestado assistência aos pacientes que receberam órgãos de doador soropositivo e emitirá relatórios sobre o caso nos próximos dias.
A Secretaria de saúde informa que fez contatos com a família por telefone e ofereceu a possibilidade de visita à Bahia para acolhimento presencial. A equipe ainda se colocou à disposição manter contatos por videochamada para fazer o acompanhamento do paciente e dar apoio psicológico.