O sócio do laboratório envolvido no escândalo dos transplantes de órgãos com HIV no Rio de Janeiro não vai voltar a ocupar a presidência do Comitê Gestor de Vigilância e Análise do Óbito Materno Infantil e Fetal de Nova Iguaçu.
O retorno de Walter Vieira ao exercício do cargo de médico ginecologista e obstetra foi publicado no Diário Oficial do município na segunda-feira (6).
No entanto, o acusado de ser um dos responsáveis pela mudança do controle da qualidade dos reagentes da máquina do laboratório PCS Saleme que fazia os testes de HIV para a Central Estadual de Transplantes do Rio pode voltar a atuar como médico nas clínicas e policlínicas da rede municipal de saúde de Nova Iguaçu.
Walter Vieira possui férias vencidas e vai usufruir do benefício. Ainda não há definição quanto à função dele após o retorno do período de descanso.
Walter tinha sido afastado pela Prefeitura de Nova Iguaçu, logo após a divulgação do caso com exclusividade pela BandNews FM em outubro de 2024. O retorno de Walter Vieira acontece após um pedido do próprio ginecologista, que deixou o sistema penitenciário no mês passado para cumprir medidas cautelares.
Para o advogado especialista em Direito Público, Sérgio Camargo, a ação se dá por não existir uma decisão definitiva do caso.
Apesar de constar na folha de pagamento de novembro de 2024 com o valor de R$ R$7.278,44, Walter Vieira não recebeu valores do município, o que só deve acontecer após o retorno das férias.
Ao todo, seis pessoas foram presas de forma temporária e depois de forma preventiva: os sócios Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira e Walter Vieira, além dos funcionários Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Ivanilson Fernandes dos Santos, Cleber de Oliveira Santos e Adriana Vargas dos Anjos.
Todos já tiveram os mandados de prisão revogados. Eles respondem por associação criminosa, lesão corporal grave e falsidade ideológica. A primeira audiência de instrução e julgamento do processo está marcada para o mês que vem.
Em nota, a Prefeitura de Nova Iguaçu disse que, conforme determina a lei, o servidor em questão, que é concursado, pode solicitar o retorno, uma vez que não houve julgamento e/ou condenação do caso.
A BandNews FM aguarda posicionamento do Conselho Federal de Medicina, do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio e da defesa de Walter Vieira.