Três escolas se destacaram nos dois dias de desfiles da Série Ouro e estão cotadas para voltar à elite do Carnaval Carioca. Duas dessas favoritas desfilaram na madrugada deste domingo (19), último dia de desfile: Porto da Pedra e União da Ilha.
A agremiação da Ilha do Governador foi rebaixada no último Carnaval e neste ano, para voltar ao Grupo Especial trouxe para a Avenida um enredo sobre o “Encontro das Águias”, em referência a ela mesma e à Portela, escola centenária que é sua madrinha.
A Porto da Pedra foi apontada pelo especialista em carnaval e comentarista da BandNews FM, como a dona do melhor desfile da Série Ouro. Desde que pisou no Sambódromo, o Tigre de São Gonçalo, já levantou o setor um que gritou “É campeã”, logo que a bateria entrou. A vermelho e branco homenageou a Amazônia. Eles trouxeram para a Avenida um enredo sobre um escritor francês que nunca esteve no estado do Norte, mas escreveu um livro imaginando como era a região.
A terceira cotada à vitória é a Unidos de Padre Miguel, que desfilou na madrugada de sábado (18), no primeiro dia do desfile.
Já duas escolas da Série Ouro tiveram problemas com o carro abre alas no segundo dia de desfiles, na Marquês de Sapucaí.
A alegoria da União de Jacarepaguá, primeira escola a desfilar, desacoplou em frente ao primeiro módulo de jurados.
De acordo com o diretor de Carnaval, James Bernardes, por conta de problemas logísticos com outras agremiações, a escola demorou três dias para conseguir chegar na Avenida, o que pode ter prejudicado a alegoria no desfile.
Já a Unidos de Bangu teve dificuldades para acoplar o abre-alas. Os integrantes da escola tentaram unir as alegorias com fios, que se soltaram próximo ao primeiro módulo de jurados.
No entanto, o assessor da presidência da escola, Gilberto Lima, acredita que o impasse não vai prejudicar a agremiação.
Apesar dos impasses com as escolas, um dos maiores desafios foi encarar a Avenida. Por conta de um vazamento nos camarotes, vários pontos de alagamentos se formaram ao longo do Sambódromo.
De acordo com o público estava próximo ao setor 4 da Sapucaí, pelo menos quatro pessoas de uma mesma escola escorregaram por conta do piso molhado.
União de Jacarepaguá
A União de Jacarepaguá abriu o segundo dia de desfiles da Série Ouro do Carnaval Carioca neste sábado (18).
Ainda na concentração, a escola enfrentou problemas para acoplar o carro abre-alas. Integrantes da escola tiveram que empurrar a alegoria. Mesmo assim, um buraco se formou entre o carro e as alas em frente ao primeiro módulo de jurados.
A escola da Zona Oeste, que foi campeã na Série Prata no ano passado, contou a história da maior fuga de escravos da história do Rio.
A União de Jacarepaguá pode sofrer penalização após problema em alegoria deixar espaço na Sapucaí.
Unidos da Ponte
Segunda escola a entrar na Avenida, a Unidos da Ponte homenageou a Mãe Meninazinha de Oxum, uma das mais importantes ialorixás do Brasil, e abordou o preconceito religioso.
A bateria da Azul e Branco foi reforçada com um atabaque, que agitou o público que assistia ao desfile.
Além disso, após um pedido do intérprete da escola, Kleber Simpatia, o público acendeu as lanternas dos celulares e iluminou a Avenida durante o desfile da agremiação.
Unidos de Bangu
A tradicional vermelha e branco da Zona Oeste, a Unidos de Bangu, exaltou o orixá da justiça na Sapucaí. O Xangô Aganjú foi festejado com doces e pirulitos.
A escola mais antiga da Zona Oeste da capital fluminense apresentou cores quentes na Marquês de Sapucaí. O enredo “A visão do fogo, a voz do trovão no Reino de Oyó” contou a história do Xangô menino, na cultura afro-brasileira.
No entanto, o abre-alas da escola foi dividia em duas partes, mas na hora de acoplar a agremiação enfrentou dificuldades. Os integrantes conseguiram amarrar o carro com fios, mas eles se soltaram próximo ao primeiro módulo de jurados.
ACOMPANHE A TRANSMISSÃO DO SEGUNDO DIA NA ÍNTEGRA
Em Cima da Hora
Quarta escola a desfilar no segundo dia da Série Ouro, a Em Cima da Hora contou a história de Esperança Garcia, símbolo de resistência e luta contra a escravidão.
Mulher, negra, mãe e escravizada, a piauiense é reconhecida como a primeira advogada do Brasil. Em 1770, escreveu uma carta ao então governador do Piauí denunciando as situações de violência sofridas em uma fazenda da região. O documento é considerado uma das primeiras petições jurídicas do país.
O desfile desenvolvido pelos carnavalescos Marco Antonio Falleiros e Carlos Eduardo trouxe alegorias mais simples, mas de difícil associação à proposta do enredo. Além disso, alguns integrantes de pelo menos duas alas da escola cruzaram a Avenida com adereços incompletos.
Unidos do Porto da Pedra
A Porta da Pedra levantou à Marques de Sapucaí, na madrugada deste domingo (19), último dia de desfiles da Série Ouro. Quinta escola a entrar na Avenida, a vermelha e branco de São Gonçalo, na Região Metropolitana, é apontada como a favorita para a vencer a categoria e voltar para o Grupo Especial, elite do Carnaval Carioca.
O público da arquibancada chegou a gritar “É campeã”!
O Tigre, como é conhecido, trouxe para o Sambódromo um enredo sobre uma viagem pelas histórias amazônicas através apenas do imaginário de Júlio Verne, e homenageou a cultura dos povos da floresta. Carros alegóricos grandiosos e fantasias com bom acabamento foram os destaques da agremiação de São Gonçalo.
União da Ilha
Contando um pouco da sua própria escola, a União da Ilha, foi a sexta escola de samba a entrar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, na madrugada deste domingo (19), último dia de desfiles da Série Ouro.
Com o tema de enredo “O Encontro das Águias no Templo de Momo”, a agremiação da Ilha do Governador homenageou o centenário da Portela, sua madrinha. A comissão da frente da azul, vermelho e branco, inclusive, trouxe como surpresa Tia Surica, grande personalidade da escola de Madureira.
A União da Ilha é uma das cotadas como favorita para vencer a Série Ouro e voltar ao Grupo Especial.
Império da Tijuca
O Império da Tijuca levou à Marquês de Sapucaí a proposta de mergulhar nas obras do pintor e escultor argentino Carybé para retratar a Bahia das religiões de matriz africana.
Com o enredo "Cores do Axé", o desfile assinado pelos carnavalescos Júnior Pernambucano e Ricardo passou pela Avenida sem grandes problemas.
A escola do Morro da Formiga apostou nas alegorias e nos adereços que faziam referência a elementos comuns à Bahia e à religiosidade, como o Nosso Senhor do Bonfim e as oferendas a Iemanjá, mas os traços do pintor homenageado não ganharam destaque na Passarela do Samba.
Inocentes de Belford Roxo
Última escola da Série Ouro a atravessar a Passarela do Samba, a Inocentes de Belford Roxo fez uma homenagem à cultura das paneleiras capixabas de Goiabeiras Velha, em Vitória, no Espírito Santo.
O enredo "Mulheres de Barro", do carnavalesco Lucas Milato, exaltou a resistência feminina e enalteceu as origens indígenas desse saber reconhecido como patrimônio cultural imaterial.
Com predomínio de tons terrosos, o desfile que marcou os 30 anos da Caçula da Baixada teve como destaque negativo falhas de acabamento das alegorias.
DESFILES DO GRUPO ESPECIAL
Começa na noite deste domingo (19), os desfiles do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro. Império Serrano, Grande Rio, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos da Tijuca, Salgueiro e Mangueira prometem levantar o público na Marquês de Sapucaí.
Do samba e pagode do Rio de Janeiro, com parada na Bahia, antes de chegar ao destino final, em Pernambuco, o primeiro dia de desfile do Grupo Especial reúne seis escolas campeãs do Carnaval Carioca. Entre elas, a atual campeã Grande Rio, que vai homenagear Zeca Pagodinho.
A BandNews FM vai transmitir os desfiles do Grupo Especial, no domingo e segunda-feira de Carnaval, com ancoragem de Marcus Lacerda e Vinícius Dônola, comentários de Bruno Fillipo e reportagem direto da Sapucaí.
Fotos: Gabriel Santos, Alex Ferro e João Gabriel/Riotur