Sem gotinha: mudanças nas doses da vacina contra a poliomielite começam a valer

O esquema vacinal contra a doença será exclusivo com a vacina inativada poliomielite (VIP)

Por Gabriela Marino

Sem gotinha: mudanças nas doses da vacina contra a poliomielite começam a valer
Calendário divulgado pela Prefeitura
Divulgação/SMS-Rio

Já está valendo a mudança nas doses de reforço da vacina contra a poliomielite. Agora, a gotinha foi substituída pela injetável. Dessa forma, o esquema vacinal contra a doença será exclusivo com a vacina inativada poliomielite (VIP). A medida vale em todo o País.  

O esquema vacinal antigo contemplava a administração de três doses da VIP aos 2, 4 e 6 meses e duas doses de reforço da VOPb, a gotinha, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. No entanto, agora será necessária apenas uma dose com VIP, aos 15 meses de idade.

Na capital fluminense, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, por orientação do Ministério da Saúde, os reforços com a gotinha estavam suspensos desde setembro. Crianças que receberam uma dose da gotinha, terão que fazer um reforço adicional com a VIP para ficarem equiparadas no esquema novo.

O Ministério da Saúde afirma que a mudança foi baseada em critérios epidemiológicos, evidências científicas sobre a vacina e recomendações internacionais para deixar o esquema vacinal ainda mais seguro. Países como os Estados Unidos e nações europeias já utilizam esquemas vacinais exclusivos com a VIP. A nova estratégia é mais um passo na erradicação da poliomielite no Brasil, que está há 35 anos sem a doença.

Todos os estados brasileiros estão abastecidos com doses da vacina inativada poliomielite (VIP). O Ministério da Saúde informou que já distribuiu 1,6 milhão de doses no Brasil. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro tem 89.660 vacinas inativada poliomielite (VIP) em estoque. Em outubro, o Ministério da Saúde distribui 50 mil doses para o estado.

A medida cumpre a atual recomendação da Organização Mundial de Saúde, protege contra três tipos de poliovírus (1, 2 e 3), garantindo imunidade ampla para as crianças vacinadas, sendo segura e eficaz.

Em julho deste ano, o Brasil saiu da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas no mundo, segundo relatório da Unicef/OMS. O país ocupava o 7º lugar no ranking em 2021. De acordo com o relatório, o número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP1, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, caiu de 418 mil em 2022 para 103 mil em 2023.

Apesar do fim da gotinha contra a poliomielite, o Zé Gotinha, criado nos anos 1980, vai continuar atuando em prol da imunização.

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