Depois de afirmar que a presença de celulares em presídios é importante para o monitoramento de criminosos, o secretário de Polícia Civil, José Renato Torres, diz que presos não devem ter acesso aos aparelhos. No entanto, mesmo diante do problema, os setores de inteligência conseguem extrair informações estratégicas a partir das chamadas feitas dentro das penitenciárias.
Nesta terça-feira (10), no segundo dia da operação conjunta das polícias Civil e Militar em comunidades do Rio, o secretário ressaltou que esse é um problema que não acontece apenas no Rio de Janeiro.
Na segunda-feira (9), 58 aparelhos celulares e um quilo de drogas foram apreendidos no Presídio Gabriel Castilho, conhecido como Bangu 3, e Jonas Lopes de Carvalho, Bangu 4. O objetivo era impedir que chefes do tráfico pudessem transmitir ordens aos comparsas durante a operação.
A secretária de Administração Penitenciária, Maria Rosa Lo Duca, explica que a varredura usou equipamentos cedidos pela Secretaria Nacional de Políticas Penais, que conseguiram identificar a presença dos aparelhos a partir das muralhas das unidades.
Parte dos celulares vai passar por perícia em uma ferramenta israelense de inteligência capaz de quebrar a criptografia dos aparelhos e recuperar mensagens apagadas.
Documentos obtidos pela BandNews FM mostram que 17 equipamentos de inspeção de bolsas e bagagens usados nas revistas em presídios do estado estão sem funcionar pelo menos desde julho. A Seap diz que precisou reforçar a revista manual, mas que todas as unidades contam com scanner. Segundo a pasta, os equipamentos citados aguardavam peças de reposição, mas já passam por reparos.
Nos últimos seis meses, 7 mil telefones foram apreendidos nas 50 unidades prisionais.