O secretário de Ordem Pública do município do Rio de Janeiro, Brenno Carnevale, volta a apontar o sumiço de inquéritos no período que foi chefe de investigação da Polícia Civil. Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal relativo ao caso Marielle Franco, nesta quarta-feira (21), o delegado afirmou que os documentos das mortes do ex-policial André Serralho e do policial da reserva Geraldo Pereira, citado na CPI das Milícias da Alerj, desapareceram.
Carnevale, que foi responsável de 2016 a 2018 pelos crimes envolvendo agentes de segurança investigados na Delegacia de Homicídios da Capital, disse ainda que Rivaldo Barbosa pedia constantemente informações sobre a morte de Marcos Falcon, presidente da Portela. Na época, Rivaldo era diretor da Divisão de Homicídios.
Em depoimento à Polícia Federal, Carnevale já tinha afirmado que não se lembrava de ter havido, em quase dois anos, prisão ou denúncia de pessoas ligadas à contravenção. Ele também tinha dito aos policiais que os chefes das investigações na DH mudavam subitamente e que teria sido retirado do caso da morte de Haylton Escafura, filho do bicheiro Piruinha, sem explicações.
Em nota, a defesa de Rivaldo Barbosa, representada por Marcelo Ferreira, disse que Brenno Carnevale não era subordinado diretamente à Divisão de Homicídios e que o sumiço dos inquéritos não foi informado a ele. Em relação à morte de Marcos Falcon, a defesa disse que todos os casos de grande repercussão eram acompanhados pelo Diretor da Divisão.
Rivaldo Barbosa está preso, acusado de atrapalhar as investigações das mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, durante o período que foi chefe da Polícia Civil do Rio.