A Secretaria Estadual de Educação afirma que está reavaliando o projeto que pretendia enviar equipamentos eletrônicos de última geração para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. A lista de aparelhos que poderiam ser usados pelos detentos inclui televisões com tecnologia 4K, óculos de realidade virtual, computadores, videogames e câmeras fotográficas.
A iniciativa faz parte do projeto Cultura Maker, que tem a proposta de substituir as antigas salas de informática das escolas da rede estadual por laboratórios de alta tecnologia. A ideia é que os alunos tenham acesso a aulas de robótica e criação de games e sejam preparados para o mercado de trabalho, que é cada vez mais tecnológico. Mas a inclusão das 20 unidades educacionais localizadas dentro do complexo penitenciário tem provocado polêmica.
Durante reunião na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio, o subsecretário executivo da Secretaria Estadual de Educação, Windson Maciel, disse que os equipamentos comprados para os presídios podem ser enviados a outras escolas.
O presidente da Comissão de Educação, deputado Alan Lopes, acredita que a entrada dos aparelhos poderia facilitar a comunicação entre chefes de organizações criminosas.
A Secretaria de Educação diz que os presídios ainda não receberam os equipamentos nem fizeram adequações nas salas. Segundo a pasta, cada escola da rede já recebeu R$ 26 mil para implementação do projeto.
A Comissão de Educação da Alerj afirma que vai convocar mais uma vez a secretária de Administração Penitenciária, Maria Rosa Lo Duca, para participar de uma audiência pública sobre a iniciativa. Caso ela não compareça novamente, o presidente do grupo não descarta a possibilidade de pedir a abertura de uma CPI.
A Seap informa que a secretária Maria Rosa Nebel não pode comparecer à Alerj pois, no mesmo horário, participava de uma reunião com a equipe para deliberar sobre temas tratados essa semana com a Secretaria Nacional de Políticas Penais. Para representá-la na Assembleia, a secretária enviou o Subsecretário de Tratamento da Seap, o Inspetor de Polícia Penal Lúcio Alves, que justificou publicamente a ausência de Maria Rosa durante a reunião.